Pensamentos de Pietro Ubaldi
Desejo tempestades. Chega de chuvas calmas, que não me molham, que não cobrem minha pele e que não fazem com que o medo seja silenciado pelos raios e trovões.
PAIXÃO
Eu sinto seu corpo, mas não a alma.
Eu sinto seu calor, mas não o amor.
Eu ouço suas palavras, mas não os sentimentos.
Eu vejo seus olhos, mas não a emoção.
Eu sinto sua paixão, mas não o seu amor.
Se já descobriu o sentido de tudo, não me conte, porque quero percebê-las, sentir suas nuances e talvez me arrepender, mas estarei me sentindo infinito, nunca gostei daquilo que me limitasse.
A subjetividade me atrai, sempre gostei de enxergar o que estava por trás de tudo, perceber o que poucos quase nunca vê.
Gosto da palavra "tudo", porque ela é abrangente, ela não revela, ela aglomera, mistura e disfarça à quem remeto nas entrelinhas.
Não sei o que escrever hoje, porque me vi na obrigação de dizer algo e essa pressão manipulada sobre o que já não existe me tirou o sono, a espontaneidade das palavras e o livre exercício da mente.
Quero que o dia acabe.
Quero que o mês termine.
Quero que o ano passe depressa.
Quero que a minha vida cesse.
Quero que não haja nada além disso.
Quero deixar de existir por todo um sempre.
Quero algo simples.
Quero deixar de querer.
Não existi essa de quem perdeu ou ganhou. Supere seu egocentrismo e pise no solo, olhe firme a sua meta e devore seus objetivos com uma fome de quem nunca viu o pão. Talvez terás a sorte de viver o lado ruim das coisas e aprenderá o que é insistir em um sonho e a lutar por eles e por você.
Cito a inveja como a pior das moléstias, porque ela dilacera a face, desmorona a espontaneidade e corrompe a coisa certa a se fazer.
Pessoas são como pedras preciosas, algumas são cristais que são fáceis de encontrar e sem valor mas não faz mal a ninguém, outras como zircônias que são produzidas para enganar, deve ser por isso que é tão execrada e tem os diamantes raros mas de grande valor.
Em um mundo cheio de zicôrnias é preciso aprender a reconhecer os diamantes e tê-los sempre por perto.
Um dia certo rapaz perguntou-me: Onde fica sua casa? De certo que respondi: Moro aqui, e ali. No coração dos que me amam e na mente dos que pensam em mim.
Como será do outro lado da vida?
Como seria se eu fosse outra pessoa, outro ser?
Como viver atrás das grades do coração e respirar pelos buracos da solidão?