Palhaço
SORRIA PALHAÇO, SÓ RIA!
Viche Palhaço,
a maquiagem borrou num respingo de lágrima.
Hoje a dor transcendeu o banco do camarim,
O que houve, Palhaço?
Viche Palhaço,
As cores vivas que lhe vestem hoje
desaparecem perante a alma mendiga.
Hoje suas tintas dão-lhe outra cor
Que cor é essa, Palhaço, que dor?
Viche Palhaço,
Você, tão feito de sonhos
Parece imerso no avesso do riso.
Que rio é esse, Palhaço, que não lhe riu?
Viche Palhaço,
Seu nariz vermelho tá torto,
sua tinta desbotada quão folha a secar.
Que cara é essa Palhaço, de noite escura?
Que você tem, Palhaço?
E o que não tem?
Suas lágrimas sangram hoje não só por dentro.
Ê, meu Palhaço, o circo lotado não lhe preenche os vazios.
Ô, meu Palhaço, o riso desgastado lhe parece cansar os músculos da face...
Ah, meu querido Palhaço, quem, por trás da cortina entre palco e real roubou se astral?
Foi o dia? Foi a lua?
Ele hoje é seu. Ela hoje é sua.
Se ajeite Palhaço.
Sorria. Só ria!
Daqui a pouco as cortinas se abre e o show recomeça.
Daqui a pouco a pipoca pulada, as tantas risadas, os pais, os filhos, a rua, chegam todos pra lhe ver.
Pra rir de você,
pra rir com você.
Levanta Palhaço, ainda que a dor lhe aborreça,
a esperança adoeça e angústia lhe pare, não esqueça;
a vida ainda continua.
O palhaço
O circo esta armado
E o palhaço
Onde fica...
Em sua incrível imaginação
Sabe muito bem a quem agradar
Ele não consegue mais rir de suas piadas
Ele ri da vida e a sua condição
De quem poderia lhe dar um sorriso verdadeiro
E não tão somente, de sua palhaçada.
Sou um bobo! Sou um palhaço! Sou ingênuo! Mas vivo as pequenas coisas! Elas se tornam tão grandes e poderosas na minha vida!
No circo chamado Brasil, brasileiro faz malabarismo
para pagar as contas, é palhaço do governo, corre do leão e se vacilar acaba sob a lona.
Desculpem meu comportamento, sou apenas um palhaço neste circo de aberrações.Tire-me daqui! Ó senhor, não suporto mais este sol de vidro a cortar o vento.E esses corações naufragados, que oras surgem em meio aos ralos na madrugada.Destilem meu sangue, dei de beber aos miseráveis santos.Ao quais correm da verdade como o diabo da cruz.Sou apenas um tolo, e em meus bolsos carrego nada mais nada a menos, do que meros sonhos.Não sou rico em prata nem ouro.Nem possuo tantas mentiras quanto vós, mas sei mastigar o mundo lentamente.E em meus versos tortos, nada além da minha alma seca e fúnebre...
E meu coração palhaço é novamente golpeado. A maquiagem alegre e expressiva escorre com a chegada inesperada das lágrimas, que agora fazem parte do espetáculo. A dor está aguda e a tristeza consome o riso que antes envolvia minhas entranhas. Mas como um palhaço, bobo, meu coração usa a arte para amenizar minha existência. Então, eis que surge por de trás das cortinas um sorriso de esperança, me dando a certeza e a segurança de que são provações, e que a dor e as adversidades indicam que estou no caminho certo. Não há vitórias sem batalhas. E que não me falte forças para lutar, o sucesso é a glória de quem luta de cabeça erguida, e com armas que nunca ferem.
Homem quando te ama de verdade, não te deixa chorar na frente dele. Ele vira um palhaço só pra te ver sorrir. Se Não ele não te ama apenas te quer por um tempo '=' Fica a dica '='
A pintura do palhaço esconde a tristeza dos olhos e a lágrima do coração. Quem brinca com os sentimentos alheios, vira brinquedo ou decoração.
Hoje uma pessoa me chamou de palhaço só porque vivo sorrindo e chamando a atenção de todos com minhas brincadeiras e apenas fiquei calado e continuei a brincar. Queria ter respondido: Sim, verdade sou um palhaço vivo sorrindo, brincando mas longe de vocês, longe de alguém e sozinho, o sorriso perde pra lágrimas porque o palhaço te dá sorrisos e alegrando você ele se sente feliz mas e quando a platéia está ausente e ele está sozinho como se animar com suas próprias palhaçadas?
Acho que o motivo de não gostar tanto de palhaço é que eles fingem ser alguém que não são com um sorriso no rosto, mas com uma lágrima no olhar.
Casa Circo
saudades da casa circo
onde tem palhaço bebado
e choro dissimulado
minutos
minutos de espetáculo
minutos comendo minutos
minutos de silêncio, esses poucos
minutos de familia
No circo da política somos os palhaços no picadeiro real das ilusões; somos protagonistas de ilusionistas que fazem sumir nossa dignidade
mesmo que o palhaço esteja com problemas pessoais, a vontade de entreter o público deve estar sempre em primeiro plano
Os temos não são mais os mesmos. A bola caiu, a saia desabotoou e o nariz de palhaço permaneceu apenas para manifestações de rua, que também não são mais as mesmas.
Aristides assistia ao ”Grandioso Circo Ínfimo” engolindo cada gota da semelhança que a peça passava. Seus talentos artísticos se resumiam em entreter crianças em postos de saúde ou distribuir balões nos dias de ações governamentais em creches ou algo parecido. Assistia, então, à peça que contava o fim da arte, do circo e a decadência do teatro. Seu coração palüitava e seu olhar endurecia tentando demonstrar indiferença.
Não. O tempo não podia se perder assim. Cidadezinhas acabaram. Só restaram fotografias. Proust já dizia. O circo desaparecera junto. Aristides, que um dia recitara Camões, Gil Vicente e Dante Alligeri, contentava-se com as peripécias de palhaços de rua e pirulitos de maçã verde nas portas de lojas de brinquedos. Levantou-se. Partiu.
Chorou uma lágrima como se fosse a última. Malandro. Na dureza, sentou à mesa do café. Deu um gole de cachaça. Deu no pé. Macabeando entrou na mão atrapalhando o tráfego. Caiu, sangrou, na hora. A hora da estrela. Ao menos uma vez.