Poema dia das Criança

Cerca de 100 poema dia das Criança

Sou uma mulher madura
Que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura
Que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança
Sou uma criança que atura

Martha Medeiros
Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Todo dia é ano novo.
Todo dia é ano novo
Entre a lua e as estrelas
num sorriso de criança
no canto dos passarinhos
num olhar, numa esperança...
Todo dia é ano novo
na harmonia das cores
na natureza esquecida
na fresca aragem da brisa
na própria essência da vida.
Todo dia é ano novo
no regato cristalino
pequeno servo do mar
nas ondas lavando as praias
na clara luz do luar...
Todo dia é ano novo
na escuridão do infinito
todo ponteado de estrelas
na amplidão do universo
no simples prazer de vê-las
nos segredos desta vida
no germinar da semente.
Todo dia é ano novo
nos movimentos da Terra
que gira incessantemente.
Todo dia é ano novo
no orvalho sobre a relva
na passarela que encanta
no cheiro que vem da terra
e no sol que se levanta.
Todo dia é ano novo
nas flores que desabrocham
perfumando a atmosfera
nas folhas novas que brotam
anunciando a primavera.
Você é capaz, é paz
É esperança
Todo dia é ano novo
no colorido mais belo
dos olhos dos filhos seus...
Você é paz, é amor, a alegria de Deus.
Não há vida sem volta
e não há volta sem vida
no ciclo da natureza
neste ir e vir constante
No broto que se renova
na vida que segue adiante
em quem semeia bondade
em quem ajuda o irmão
colhendo felicidade
cumprindo a sua missão.
Todo dia é ano novo... portanto... feliz ano novo todo dia!

Toda criança do mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os direitos das crianças
Todos têm de respeitar.

Ruth Rocha
Os direitos das crianças. São Paulo: Salamandra, 2014.

O que é o sucesso?

Rir muito e com frequência; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu. Isso é ter tido sucesso.

Bessie Stanley
Emporia Gazette de Emporia, Kansas em 11 de Dezembro, 1905

Nota: A autoria do pensamento tem vindo a ser erroneamente atribuída a Ralph Waldo Emerson.

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Um dia uma criança chegou diante de um pensador e perguntou-lhe: "Que tamanho tem o universo?". Acariciando a cabeça da criança, ele olhou para o infinito e respondeu: "O universo tem o tamanho do seu mundo". Perturbada, ela novamente indagou: "Que tamanho tem meu mundo?". O pensador respondeu: "Tem o tamanho dos seus sonhos".

Se seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil. Os sonhos regam a existência com sentido. Se seus sonhos são frágeis, sua comida não terá sabor, suas primaveras não terão flores, suas manhãs não terão orvalho, sua emoção não terá romances. A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, faz dos idosos, jovens, e a ausência deles transforma milionários em mendigos faz dos jovens idosos. Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua história, fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades.

Sonhe!

Augusto Cury
"Nunca Desista de Seus Sonhos", Augusto Cury, Pergaminho, 2009

Nesta vida,
pode-se aprender três coisas de uma criança:
estar sempre alegre,
nunca ficar inativo
e chorar com força por tudo o que se quer.

A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou.
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.

O laço de fita

Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.

Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.

Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.

E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!

Meu Deusl As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.

Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.

Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.

Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepital
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.

Castro Alves
ALVES, C., Espumas Flutuantes, 1870

Monólogo de criança

Sou criança! Cheguei, recentemente, de uma longa viagem. Andei pelo caminho misterioso do pensamento dos meus pais, e, durante a concepção, fiz um estágio muito feliz ao lado do coração da minha mãe.
Hoje estou aqui, um pouco assustada, porque os adultos conversam coisas confusas que ainda não consegui entender. A vida é simples e bonita, mas os adultos complicam tudo.
Sabe, imaginam que nós, crianças, somos incapazes, fracas e bobas. Não é nada disso! A gente está apenas se esforçando para crescer e, à medida que o tempo passa, florescer e ajudar a construir este mundo: soltar os passarinhos das gaiolas, plantar flores nos jardins, devolver o azul cristalino dos nossos lagos e abrir as janelas das casas.
As pessoas crescem, ficam fortes e nos sufocam com suas idéias e, às vezes, nem nos deixam falar nada. Algumas, por falta de argumentos, nos agridem.
Eu gostaria que nos olhassem como sementes de guerra ou de paz. "Quem semeia vento, colhe tempestade". Aos gritos, batendo portas, e com tanta falta de compreensão, a gente pode ingressar na juventude, agressiva e desajustada.
Na verdade, a criança tem uma mensagem de paz. Por favor, se você está triste e não se realizou como pessoa, procure, urgente, um outro meio de desabafar suas mágoas. Não deposite suas dores e lágrimas nessa plantinha que mal começa a brotar. Ela se chama criança e só cresce feliz com os fluídos magnéticos do AMOR.

Peter Pan, a criança que não cresceu e sabe voar, quer aprender? Quer voar?
Pense numa coisa boa, pense numa coisa bem boa, é só pensar em coisa boa que a gente voa.
Pense numa coisa bem linda que você nem viu ainda, um raio de luar e você vai voar. Peter Pan sombra na parede da caverna de Capitão Gancho, travessura, espectro, imagem só: será? Não é possível, e ele, ahm? Esta lá? Lá? Ele está? De que lado ele está? É só pensar em coisa boa que a gente voa. Se pensar em coisa ruim? Bom, pode até chegar o fim.
Dorothy de Mágico de Oz, sapatinhos vermelhos, brilhantes, tem coração grande que não murchou apesar de tantas vezes machucado.
Em algum lugar, acima do arco-íris, lá em cima, existe uma terra de que eu ouvi falar uma vez em uma canção de ninar, em algum lugar acima do arco-íris, o céu é azul e os sonhos que você ousa sonhar se tornam realidade, verdade, vou fazer um pedido a uma estrela, e acordar num lugar além das nuvens, onde os problemas se derretem como balas de limão, bem para lá do topo das chaminés é lá que você vai me encontrar, pássaros azuis voam acima do arco-íris, se pássaros azuis voam contentes acima do arco-íris, porque eu não posso voar? “Não há lugar como a casa da gente”.
Peter Pan, está em casa em qualquer lugar onde estiver mamãe.
Dorothy, busca o caminho de casa quer ir para casa ficar com a mãe, segue a estrada de tijolos amarelos, e ainda quer arrumar coragem para o leão, um coração para o homem de lata, um cérebro para o espantalho.
Ai caramba, Peter Pan, ou Dorothy? Quem sai?

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.
Não desejei senão estar ao sol ou à chuva —
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo (E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.
Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão —
Porque não tinha que ser.

Darcy: Em criança ensinaram-me o que era certo, mas não me ensinaram a corrigir meu gênio.

(Orgulho e preconceito)

Segurança

Segurança para muitas pessoas se adquire gradualmente, como uma criança que aprende a caminhar.

Primeiro engatinhamos, depois nos apoiamos nos móveis e nas paredes, daí alguém pode nos pegar pela mão ou colocar-nos num andajá, mas nós só aprendemos a andar verdadeiramente quando enfim lançamo-nos no espaço sem medo de cair, sem depender de nada nem da ajuda de ninguém.

E aí você pode achar que você tem segurança para andar por que já sabe andar, mas é o contrário: você sabe andar por que teve coragem, por que teve segurança primeiro.

É apenas questão de vencer o medo. Vença o medo e verás um mundo de possibilidades desdobrar-se diante de teus olhos.

VERBO SER

Que vai ser quando crescer? vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade
"Obra poética", Volumes 4-6. Lisboa: Publicações Europa-América, 1989.

Que a melhor sala de aula do mundo está aos pés
de uma pessoa mais velha; Que quando você está amando dá na vista; Que ter uma criança adormecida em seus braços é
um dos momentos mais pacíficos do mundo.

Meus brinquedos

De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!

A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em um ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

Prece da criança

Senhor,
estou muito assustado,
estão nos fazendo medo,
fico até cansado de pensar
um jeito de proibir os adultos
de matar os passarinhos,
de acabar com os rios,
de poluir os mares.
Tudo que o Senhor fez é tão bonito,
até me irrito,
quando vejo guerras dominando alguns lugares.
Quero sonhar
com uma escola feliz,
com professores sorrindo,
e uma nota que dê para passar...
É isto que sempre quis...
Ah! Quero minha família unida,
segurança para brincar na praça,
a imensa graça, de dormir,
sabendo que se há alguém na rua
vai poder voltar.
Assim seja

Não se engane com minha doçura, criança,
porque minha essência arde,
e minha alma queima...

Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.

Platão

Nota: Autoria não confirmada. Algumas fontes indicam que esta frase pertence a uma citação de Platão apresentada no "The American journal of medical technology".

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