Considerações póstumas a uma paixão... Clay Werley
Considerações póstumas a uma paixão
Quando eu romper o fio que me prende a terena existência,
e minha alma liberta naturalmente encontrar seu caminho,
não quero que lágrimas demonstrem que me tens carinho,
não me honras o troféu de sua tristeza em minha reverência...
E quando a lousa fria vier a refletir a prateada reluzência,
não percas seu sono, ainda conservo por ti o mesmo aninho,
não me agraria teu sofrer, nem me orgulharia o teu definho,
se dedique-lhe amor não foi pra que fizeste dele penitência...
Se o destino ingrato não nos deu sequer direito a despedida,
ao menos sei que terás boas lembranças de nossa trajetória;
sei também que sentirás pelo que não fez por mim em vida...
Mas aos poucos merecidamente, seguirás com tua história;
e minha ausência sem que percebas não mais será sentida...
Pois o tempo... É o funeral para sempre da memória.