É um emaranhado de sentimentos como uma... MARIA LUIZA DE SOUZA

É um emaranhado de sentimentos como uma ninhada de gatos brincando em novelos de lã. São sorrisos que confundem, olhares que iludem e abraços que derretem o gelo de qualquer coração. Os tremores vêm da alma acompanhados de risos de canto de boca que comprovam a aprovação. É um pensar incessante, inquietante, imprudente, por vezes. A imaginação é a principal responsável pelos encontros, tantas vezes insanos. Sem protocolos, sem horários marcados, sem pudor. E nem por isso parecemos obscenos ou vulgares. É um gostar completo que engrandece, valoriza, exalta. É um sistema complexo com linguagem em códigos e mensagens subliminares. É um jogo que prende a atenção e te faz querer arriscar cada vez mais. É a ansiedade da chegada combinada com a adrenalina disparada quando se observa ainda que de longe, ainda que por uma fração de segundos. A alteração cardíaca, arrepios do começo da coluna até a nuca e um intenso brilho no olhar. A maior dúvida diz respeito ao gosto do beijo e as preliminares que ele pode alavancar. A voz é uma doce melodia e o cheiro tem notas que remetem ao orvalho pela manhã. É um pensar reflexivo, um querer compulsivo, algo que não é possível explicar. É desejo, puro. É um querer alternado do toque aveludado das mãos com a firmeza do pegar apertado que marcam a pele e esquentam os corpos de dentro para fora como a explosão de um vulcão. A confiança do andar de mãos dadas, a sensibilidade do escutar as batidas do coração. A sutiliza das caricias sem pressa que parecem o esculpir de corpos feito com a delicadeza de um velho artesão. Não se trata de uma relação idealizada, estereotipada, cheia de protocolos para seguir. Mas, da liberdade aliada à plenitude da felicidade. É caminhada despretensiosa pela costa e gritos sem sentido pela montanha só para ouvir o eco retornar. É o apagar das luzes e o iluminar das estrelas na areia em frente ao mar. (Continua) ... ⬇️⬇️⬇️
maluemfloroficialÉ ter tempo para contar e memorizar cada sarda das costas, desenhando com as pontas dos dedos paisagens imaginarias, é não ver o tempo passar. É se interessar por todos os assuntos que podem fazer parte das conversas de corredor e até estuda-los para se posicionar melhor em algum dialogo casual. É sonhar com beijos molhados no pescoço e confissões sussurradas ao pé do ouvido. O passar dos dedos entre os cabelos e o estalo do brinde das taças que compartilham depois de tudo um bom vinho. O gosto dos chocolates e morangos divididos através dos beijos. E com o apagar das luzes, suor, sorrisos e gemidos contidos. No imaginar nos encontramos, nos escondemos, nos descobrimos, nos amamos e ali, amantes platônicos permaneceremos.