Se minha mente fosse um diário. Acho... Jefferson Schroeder

Se minha mente fosse um diário.

Acho que eu preciso escrever. Como preciso desenhar as vezes. Porque esvazia, e preenche algo. Dizem que para que algo invada, que é preciso ter espaço. Mas o vazio também guarda. Esse texto começa com um sentimento e termina embaixo de uma árvore. O meio está entre o que quero e o que farei. Pensei hoje que uma pintura tem uma forma própria de falar. E que se você explica o que ela quer dizer, por mais que a obra seja sua, a descrição será outra obra, porque as palavras têm a arte delas. No café de manhã, e como é bonito quando alguém fala que tomou um café bem cedo, percebi que contenho um amor em mim por pessoas que conheço pouco. Era ela na minha frente, mas ontem a noite eram outras pessoas. Amo a pessoa e seguro em mim um desejo de ficar junto, de conhecer mais. Fiquei feliz de notar os óculos do repórter, os tênis da jornalista, os cabelos, as sardas e os olhos de desenho do ruivo que falava diferente de todos os outros diferentes. Tentei ser poético agora e acho que viajei. Estou quase nas nuvens, dentro do avião. Tem algo em mim que ainda não saiu. Meu coração tem pulado forte. E meu desejo agora seria parar um pouco a minha cabeça. Tenho tentado dizer para mim “O mundo que espere”, é libertador. Duas coisas que gosto de fazer: pedir informações na rua para pessoas mais simples ou para crianças ou para pessoas bem velhinhas. É tão bonito de ver. E a outra coisa é dizer para a pessoa que fala mal de alguém, que esse alguém adora a pessoa. Façam isso. É uma mentira boa. E ela gera. No fundo falo. Mas tudo o que queria era ler o livro do Jung que comprei que anda na minha mochila querendo minha atenção. Deitado na grama. Ouvindo os pássaros que sempre cantaram no sul e me fizeram procurar as buzinas. Sinto falta. E este fim poderia ser um ótimo começo para este texto.