Era uma vez... Havia na montanha do... Múcio Bruck

Era uma vez...


Havia na montanha do Verdouro
Uma caverna, iluminada à luz de vela
Morada de um mago centenário
Magro, estranhas vestes, solitário



Tinha apego por flora, gosto por fogueiras
Pelas fases lunares a se revezarem curiosas
Pelo brilho prateado das estrelas a reluzirem
Pelos traçados admiráveis das nebulosas



Um ancião dado a pescarias e fusões
Houve um dia que roubou do horizonte a linha
Uma ponta, amarrou em seu cajado
A outra, na calda de um cometa apressado



E deitado numa encosta, observando o céu
Planejou fisgar um “tantin” de breu
E nele, aprisionar os ais dos lamentos
As ações dos maus e os piores momentos



Era decisão decidida e sem volta
Era seu querer, eternizar o viver
De cada alegria que suprimisse o sofrer
Para que a vida vivesse feliz por vida ser



Sofria ele as dores que trazem o saber
Pois ouvia da natureza cada querer
Distante da evolução da modernidade
Resoluto, reinventava a paz a cada idade