"Te amo... como se todos os dias... Ricardo Ruiz

"Te amo... como se todos os dias fossem sábado...
Como se todas as ruas fossem feitas de flores...
Como se toda poesia virasse outdoor...

Te amo... como se todas as cidades fossem próximas...
Como se todas as doenças fossem somente item de dicionário...
Como se todas as janelas, quando abertas, parissem céus de estrelas...

Te amo ... como se todos os anjos sentissem inveja... como se todos os demônios aplaudissem...
Como se todos os moleskines anotassem somente palavras doces... palavras em formação... poemas e contos...

Te amo... como se todos os versos de Neruda não lhe coubessem... como se teu cheiro de maçã úmida não existisse... e teu riso de ternura fosse só um quadro antigo na parede do sótão...

Te amo como se todos os poemas escritos pra ti não importassem... como se a luz do sol nunca mais nascesse... como se o vinho azedasse... a canção se calasse...

Te amo sem a necessidade do toque... sem a obrigação da fala... sem a imprescindível presença...

Te amo... porque és poesia... em meio à classificados de empregos... te amo porque não me importo mais com outros olhares...

Te amo como se fosses a Revolução Vermelha... derrotando meus medos ditadores...

Te amo sob as asas do meu silêncio... no horizonte infinito... nas pedras que provocam o mar...

Te amo... sobre todas as coisas e pessoas... te amo... de todas as formas...

Te amo em chamas... na brisa ou na escrita...

Te amo... na distância... na ausência... na vontade... na mentira... na ilusão... na verdade...

Te amo... e só te amo... sem explicações ou promessas...

Te amo... todas as noites, um pouco... e mesmo quando se mostras ausente... te amo... porque sei que amanhã... teus olhos de amor me farão o mesmo bem de hoje..."