Eu passei inúmeras noites bêbado, me... Max S. Vieira

Eu passei inúmeras noites bêbado, me equilibrando sobre o que restava da minha dignidade, me agarrava ao pouco dela para não te ligar, falar de como fez falta no meu dia, da saudade que tenho das nossas conversas sobre nada, saudade do tempo em que passávamos minutos envolvidos em nosso silêncio gritante… É, eu não liguei, não mandei mensagem, nem mesmo o arcaico sinal de fumaça eu mandei, por falar em “sinal”, ele se fechou para nós. Eu escrevi no meu caderninho de versos :

“me deixe em paz”…


Mas que paz é essa? Sem você, sem o seu riso enchendo a sala, sem o seu perfume, sem as suas risadas das minhas piadas sem graça, sem a sua voz no meu ouvido…
O que me resta na verdade, além de garrafas e guimbas de cigarros pela casa, é recomeçar, mesmo sem você eu vou seguir, um passo de cada vez, um sorriso desconfiado, um abraço com medo, um beijo sem envolvimento, um olhar sem cumplicidade…

Vou me entregar para outros planos, outros enganos, outras noites de bebedeira e versos. Que os bares estejam lotados, que as camas sejam quentes, os beijos ardentes, os amores podem até ser curtos, mas que sejam bons, amigos e que durem um curto infinito. Infinito esse que não deixe saudades, vontades, desejos de mais “um”…
E assim eu vou por ai, bêbado e me equilibrando no que der, no que me faz te esquecer…


#saudadedonossoamor