Não queiras me envenenar; minha dor... JOÃO BATISTA

Não queiras me envenenar;
minha dor está dormente;
ternuras no teu olhar
são dois ninhos de serpente!!

Quem leva a vida pequena
seu espírito não medra;
a virtude pesa pena
eo defeito pesa pedra!

A flor beija a natureza
com sua espontaneidade...
Mulher exala beleza
na sua simplicidade!

Não faça do amigo a ponte
para o sucesso alcançar;
muitas vezes no horizonte
é onde começa o mar!

Junto à árvore da trova
conheci minha poesia,
pois quem do seu fruto prova
faz do verso moradia.

Tens apenas um defeito:
ferir-me na insensatez;
eeu apenas o direito
de morrer uma só vez!

A janela da poesia
aberta às rimasdo amor
deixa passar, noite e dia,
toda a ternura da flor.

Pranto, rio que desliza
em pedras, curvas, escolhos,
às carícias de uma brisa
que externa o brilho dos olhos.

Oxalá flores nascentes
em vergéis adormecidos
despertem as novas mentes
aos caminhos coloridos!

Se palavras são em vão
ao amigo, no fracasso,
externo a minha emoção
no silêncio de um abraço!!

Saudade, flor que a distância
seu perfume não desfaz.
Jardim onde nossa infância
dança ciranda de paz.

Solidão é uma procura
além dos nossos sentidos.
Sem tempo, longe, a ternura
se perde nos alaridos.

Um leve toque em um ombro
com doações de energias
remove dores no escombro
das horas tristes... vazias...

Amor, dádiva Divina,
semente humilde e perfeita;
a luz que nos ilumina
pela caminhada estreita.
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T R O P E Ç O

Vejo-me agora no final da estrada
e as consequências de uma vida aflita
a procurar afoito a mais bonita
virtude altiva, joia lapidada.

As mãos vazias cheias de desdita
não afagaram outras sem ter nada.
E a consciência viva, tão pesada,
arrasta o fardo que a ambição incita.

Peço perdão para mim mesmo, eu sei
que para evoluir existe lei
da semeadura e sua consequência.

Queira ou não queira o fim faz o começo
para engendrar a escala sem tropeço;
ser mais humilde na nova existência!