Segunda feira. Pessoas normais? Odeiam... Leonardo Cecere

Segunda feira. Pessoas normais? Odeiam esse dia. Mas eu não. É o dia da correria. O dia que minha cabeça se preocupa com outras coisas (com o excesso de trabalho, talvez), que não sejam os abandonos. Malditos abandonos. Com o tempo a gente descobre que pessoas vazias não são mais tão legais. Falsas ilusões de amizades sinceras, que quando você precisa, são os primeiros a te abandonarem. Chega um momento que você cansa deles (dos malditos). Você se torna frio e calculista em tudo que lhe vier a ocorrer, principalmente com as pessoas que te rodeiam. Acaba aquela confiança e entrega com qualquer um que entre em sua vida. Pelo menos não com a mesma intensidade e facilidade. Tudo agora é mais difícil. Tudo agora é mais concreto. É real. É amadurecimento. É enxergar a vida da forma como ela é, dura. É adaptação. Aceitação de que nem tudo é como você quer. É ter cautela pra não se machucar. Não se decepcionar de novo, e de novo. Ou machucar alguém. O que é pior e lhe causa mais dor, arrependimento, culpa, saudade, falta.. Abandonos. O pior de tudo, é ter coragem e força pra tudo isso. Ter coragem pra levantar da cama todo dia e encarar essa vida rotineira de solidão e cautela. Força pra chegar até o fim do dia são e consciente. Vivo. Vivo, pra no dia seguinte, repetir o ciclo. Repetir o ciclo é preciso, é necessário, porque um dia você fez uma promessa, e como um bom homem, você precisa cumprir. Mesmo que sua vontade seja zero. Maldita promessa. Ela é o que mantém a carne fresca e o coração pulsando, mesmo que por dentro seja só vazio, dor.. Morte. E quem se importa? Ninguém. Você não faz falta. Ou faz, mas a desilusão é tanta, que faz parecer que você é tão insignificante. Que você é um estorvo, um verme, um parasita. Mas no fim, nada mais importa, porque 'você não nasceu pra amar', 'você machuca os outros', com isso, a consequência só pode ser a de que você não merece ser amado. Não merece ser feliz. Mesmo que não seja mais o mesmo de antes. Agora é só você, as consequências e a solidão. Essa é a minha vida.