Crônica Humorística Nelson Rodrigues

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Nelson Rodrigues dizia que os idiotas iriam tomar conta do mundo, não pela capacidade, mas pela quantidade. Segundo o autor eles são muitos. Pois bem.... Se os menos idiotas ou não-idiotas concordarem, e não se mobilizarem. pra influenciar positivamente os "idiotas" a não tomarem conta do mundo, de forma correta, daí sim darei razão ao Nelsão. Quantidade não é qualidade. Mas a união e ação de poucos pode fazer muita diferença.

Quando surge o alvinegro imponente
Sou Santos Futebol Clube desde que me conheço por gente. Talvez isso explique meu espírito velho. Ou meu espírito velho explique o Santos, quem sabe? Só fui vê-lo campeão em 2002, aos doze anos de idade. Antes disso, ouvia a chacota e a humilhação dos meus amiguinhos da escola e do bairro com a obstinação dos iluminados, como se algo me dissesse que aquela dor teria um fim. Agora penso: deve ser a mesma obstinação que sente vibrar no peito os palmeirensezinhos de hoje.
É verdade que ganharam uma Copa do Brasil esses tempos, mas caindo meses depois, fica difícil. Não conheço a dor da queda - e nem faço questão - mas imagino algo aterrador, horrível; posto que o futebol é o último suspiro das tragédias gregas.
Foi o que falei ao meu amigo Victor, conhecido pela alcunha de Caboclo, assim que bateu em casa para tomar uma gelada. Mostrei-lhe este início de crônica que rabisquei em poucos minutos de intervalo e ele me disse que eu estava tentando copiar Nelson Rodrigues, ênfase para o 'tentando', que é o que mais dói. Contra-argumentei: - Todos copiam a todos. E segui com a digressão: Vinícius copiava Rimbaud; Drummond, Baudelaire. No começo do século passado todo romancista brasileiro queria ser Machado. Todos copiam. Tudo se é copiado, e desde sempre. Acontece que, antigamente, copiava-se os bons. Hoje se copia qualquer um. O poeta mais copiado da atualidade é o Paulo Leminski, Série C da poesia. Copiam até o comediante Gregório Duviviver, que não bate essa bola nem no varzeano. Se eu copio, concluí, pelo menos copio o melhor.
Assim como o Palmeiras, que ao invés das meias verdes, pôs as meias brancas, como que num pressentimento. Sabiam que o gol do alívio sairia dos pés que calçassem meias brancas. Copiando Paulo Coelho para provar que toda regra tem sua exceção: Maktub. E gol de Thiago Ribeiro. Gol no Parque Antártica. Comemora o mar verde em todos os cantos do Brasil. Nunca a torcida santista foi tão grande. Nunca a torcida palmeirense torceu para um time tão grande. Não restam dívidas, estamos quites, palestrinos.
Lembrei-me de Grafite, aquele centroavante que Dunga levou para a Copa de 2010 e que ficou marcado na formidável história do futebol brasileiro quando seus gols salvaram o Corinthians do rebaixamento no Paulistão de 2004. É verdade que o empate no Barradão também mantinha o Palmeiras na elite. O Gol - que heresia irei dizer - foi um detalhe. O grande lance foi os boleiros do Santos terem entrado para jogar, pois poderiam muito bem terem ido em clima de carnaval e aproveitado para ficar por Salvador mesmo.
Mas não tem jeito. O futebol é o esporte predileto do planeta terra, e de todos os outros planetas e seres que lá vivem. Se não fosse o gol do atacante santista ou a ponta dos dedos do goleiro Aranha, algum sopro divino no momento oportuno salvaria o Verdão. Não era a hora. Não novamente. É certo que o Palmeiras está no calvário de sua história, mas todo grande clube já precisou pagar seus pecados.
Quem sabe não melhora se, ano que vem, além das meias e calções, ponham também a camiseta branca? Não há combinação mais nobre na história do futebol. Mas, por gentileza, não deixem para a última rodada. Apesar de caridoso, às vezes o Santos joga de verde.

Inserida por profvaler14

A realeza de Pelé

Depois do jogo América x Santos seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura que o meu confrade Laurence chama de ‘o Domingos da Guia do ataque’. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: – 17 anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de 40, custo a crer que alguém possa ter 17 anos, jamais. Pois bem: – verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se ‘Imperador Jones’, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: – ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.

O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés.

Quando ele apanha a bola, e dribla um adversário é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônia. Já lhe perguntaram: – ‘Quem é o maior meia do mundo?’. Ele respondeu com a ênfase das certezas eternas: – ‘Eu’. Insistiram: – ‘Qual é o maior ponta do mundo?’ E Pelé: – ‘Eu’. Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção que ninguém reage e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé.

Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompéia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar.

Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: – ‘Vá jogar bem assim no diabo que o carregue!’

De certa feita, foi, até, desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para frente e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe, ao encalço, ferozmente, o terceiro, que Pelé corta, sensacionalmente. Numa palavra: – sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para brilhar. Não existia uma defesa. Ou por outra: – a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompéia e encaçapou de maneira genial e inapelável.

Ora, para fazer um gol assim não basta apenas o simples e puro futebol. É preciso algo mais, ou seja, essa plenitude de confiança, de certeza, de otimismo que faz de Pelé o craque imbatível.

Quero crer que a sua maior virtude seja, justamente, a imodéstia absoluta. Põe-se por cima de tudo e de todos. E acaba intimidando a própria bola, que vem aos seus pés numa lambida docilidade de cadelinha.

Hoje, até uma cambaxirra sabe que Pelé é imprescindível na formação de qualquer escrete.

Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e, mesmo, insolente de que precisamos. Sim, amigos: – aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas-de-pau.

Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro times entrando em campo. Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós.

Nelson Rodrigues
A pátria de chuteiras. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013.

Nota: Crônica publicada na revista “Manchete Esportiva”, em 8 março de 1958.

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Inserida por pensador

Universo em Sintonia

Em universo teu e meu,
Onde estrelas bailam em véu,
Galáxias em abraço eterno,
Somos grãos de um sopro, breve e terno.

Um só instante, um só fluir,
Do tempo que tece o existir.
Um de cada, alma a bailar,
Milagre que a vida faz brotar.

Fugaz instante, breve e veloz,
Façamos valer, sob a luz feroz.
Com amor, alegria e risos leves,
Pintando o tempo com cores breves.

Em universo teu e meu,
Universo onde sonhos se entrelaçam,
Deixemos nossa marca, um rastro fugaz,
De um amor que a tudo sobrepuja e jamais se desfaz.

⁠Na beira do mistério, onde a morte espreita,
Descobri a simplicidade que a vida me deita.
Não mais me perco no labirinto do porvir,
Aqui e agora encontro razão para sorrir.

No limiar do desconhecido, renasço mais leve,
Deixo de lado o peso do que não se deve.
Otimismo brota como erva no chão,
Valorizando a existência em sua plenitude, então.

Não adio mais a felicidade, pois ela se insinua,
No murmúrio do vento, na luz da lua.
Cada instante é uma dádiva a celebrar,
Grato pelo prolongamento, pela chance de continuar.

Assim como o sol brilha no céu azul,
Eu me ergo, simples e sereno, a viver o meu sul.
Na poesia da vida, encontro meu refrão,
Amando cada momento, sem hesitar, sem não.

⁠Na jornada da alquimia, um caminho traçado,
O alquimista busca, com o coração iluminado.
Transmutar o chumbo em ouro, não só na matéria,
Mas na alma, na mente, na jornada inteira.

Prima Materia, o caos primordial,
Onde reside o potencial universal.
Do solo escuro da Nigredo, nasce a luz da Albedo,
A purificação que nos leva ao enredo.

Solve et Coagula, o mantra a guiar,
Desfazer para refazer, é o segredo a desvendar.
Em laboratório interno, o alquimista mergulha,
Explorando os recônditos da alma, onde a verdade fulgura.

Correspondências cósmicas, entre céu e terra,
Onde cada estrela, cada planta, cada pedra,
Ecoa a voz do universo, em harmonia eterna,
Uma dança de símbolos, uma sinfonia etérea.

Magnum Opus, o Grande Trabalho a realizar,
A jornada do alquimista, sem fim, sem parar.
Em busca da pedra filosofal, da verdade a encontrar,
Na alquimia da vida, a transformação a se revelar.

Com mercurius em mente, a mente a se elevar,
Na busca pelo conhecimento, pelo despertar.
E assim, na senda alquímica, seguimos adiante,
Em busca da luz, do ouro interior, do brilho radiante.


O Poeta Voador
Dizem que a dor e o amor fazem o poeta.
Dois lados de uma mesma moeda,
que ora dá cara ora da coroa.
Fica a bipolaridade ora feliz ora triste... consistentemente insatisfeito.
Mas de quem é o problema? Do que ama ou do amado?
No fundo do que sofre, porque sonha voar mais alto com asas frágeis e cansadas.
Enquanto planeia no alto reza que a esperança não esmoreça,
que a nuvem sustente o palácio onde reside o seu espírito lutador...

Insônia
Mais uma noite que falou para mim....
Tormentos de pensamentos
Virar e revirar sem fim
Estou só com estes apoquentamentos
Ânsia pela paz que não me quer,
pelo sono que não me abençoa.
Liberdade nem que seja de aluguer
Porque me prendem estás correntes?
Tudo está além do que sentes.
O sol não chega e a noite vai longa
Fria, me envolve, me abraça, me atormenta!

⁠Nas dobras do tempo, onde a vida se esconde,
Investimos tudo, cada passo que se responde.
Como o machado que esquece a árvore ao cair,
Às vezes nos perdemos sem sequer perceber partir.

Entregamos sonhos, esperanças e suor,
Mas às vezes o destino nos reserva dor.
Como a árvore que cai sem ninguém notar,
Nossa entrega às vezes se perde no mar.

Mas mesmo diante das desilusões do caminhar,
Resta a sabedoria em cada cicatriz deixar.
Pois no esquecimento da árvore pelo machado,
Aprendemos a valorizar o que é verdadeiramente foi dado.

"Entregamos sonhos, esperanças e suor,
Mas às vezes o destino nos reserva dissabor.
Como a árvore que cai sem ninguém notar,
Nossa entrega às vezes se perde no mar.

Mas mesmo diante do dissabor que se instaura,
A esperança floresce, luz que nos segura.
Como a árvore que renasce após a escuridão,
Continuamos a navegar, em busca de redenção."

Instantes Eternos

No vasto cosmos, onde estrelas brilham sem véu,
Somos seres fugazes, numa dança de céu.
Num instante efêmero, único e transcendental,
Somos parte do enigma, do mistério sideral.

Entre galáxias e névoas, nossa essência se esvai,
Como brisa suave que ao vento se desfaz.
Façamos deste momento nossa eternidade a criar,
Cada pulso, uma sinfonia, cada respirar, um altar.

Neste universo vasto, és a luz, sou a sombra a vagar,
Como estrelas cadentes, a se encontrar.
Que cada instante seja um poema, uma prosa em nós,
Onde a alma do efêmero perpetue, em eterno solstício após nós.

"⁠À Deriva"
À deriva em um mar sem fim,
Sem rumo, sem destino, assim,
Um ser perdido, sem saber o que quer,
Buscando algo que nem pode descrever.

Caminha sem rumo pela estrada da vida,
Sem encontrar a paz tão desejada, querida.
Como folha ao vento, vai sendo levado,
Sem saber para onde está sendo guiado.

Na imensidão do universo, vagueia sem direção,
Procurando respostas, buscando a razão.
Mas o que procura, ele mesmo não sabe,
Um vazio profundo em sua alma invade.

À deriva, perdido em seu próprio ser,
Sem compreender o que o faz sofrer.
Tateando na escuridão da incerteza,
Em busca de uma luz, de uma clareza.

Quem és tu, alma errante e confusa?
O que buscas nessa jornada obtusa?
Que rumo tomarás, que caminho seguirás?
À deriva, quem és, só tu sabrás.

'Renascer"

Na beira do abismo, encarei a escuridão,
A morte espreitava, num silêncio sem perdão.
Mas ali, no limiar da vida e da partida,
Descobri um novo sentido, uma jornada renascida.

Antes, vivia no futuro, adiando a alegria,
Mas no momento derradeiro, vi a verdadeira magia.
Agora, abraço o presente, com gratidão no coração,
O momento é precioso, uma dádiva de emoção.

A esperança floresce, como um raio de luz.
Iluminando cada instante, sem medo ou desluz.
A vida se torna mais intensa e mais colorida,
Cada sorriso, cada lágrima, é uma oportunidade querida.

Na sinfonia do existir, encontro minha melodia,
Celebrando cada nota, com alegria e harmonia.
Assim como a árvore, firme e serena em seu lugar,
Eu abraço o presente, sem temer o porvir ou hesitar.

"A minha Epifania"
Na trilha da vida, aprendi faz tempo,
Que a felicidade está em cada momento,
Não em festas, nem em comemorações,
Mas nos dias simples, sem pretensões.

Nos dias banais, no sol a brilhar,
E até na chuva que vem nos molhar,
Ela se esconde, nos surpreende,
Na simplicidade, sempre se estende.

A felicidade é um caminho sinuoso,
Com curvas, montanhas, desafios formosos,
É um estado de alma, de contentamento,
Colecionando instantes, em cada momento.

Uns são felizes com pouco, é verdade,
Outros com menos, longe da vaidade,
Mas há quem busque no frívolo e ilusório,
Na ostentação, no ego, no transitório.

Meus momentos felizes, guardo com afeto,
Lugares singelos, com o amor repleto,
Com pessoas queridas, sentimentos puros,
Emoções sinceras, sem artifícios obscuros.

Por isso, não busco a felicidade distante,
Nos dias marcados, na ilusão constante,
Mas em cada dia, em cada passo dado,
Na simplicidade da vida, no presente abençoado.

Caminho pelo jardim, olhando o céu,
As árvores balançam, em suave véu,
Sinto a natureza, em harmonia e calma,
Nesse momento simples, encontro minha alma.

⁠⁠"A Vida"
A vida, o que é a vida, senão
a breve história do que somos?
Um surto entre dois silêncios,
um breve espaço de luz entre duas noites escuras.
A vida, o que é a vida, senão
um sonho que sonhamos em conjunto?
Uma ilusão que só ganha sentido
quando compartilhada com outros.
A vida, o que é a vida, senão
a busca incessante da felicidade?
Um caminho que percorremos todos os dias,
à procura do que nos faz sentir vivos.
A vida, o que é a vida, senão
um mistério que nunca desvendaremos?
Uma aventura que nos leva a lugares inesperados,
onde descobrimos coisas que nunca imaginaríamos.
A vida, o que é a vida, senão
um presente que devemos aproveitar ao máximo?
Um tesouro que nos foi dado,
para ser desfrutado com alegria e gratidão.
Por isso, vivamos a vida com intensidade,
com amor, com esperança e com coragem,
pois ela é o maior tesouro que temos,
o maior presente que poderíamos receber.

Reflexos da Alma: Minha Bandeira
⁠Sob a bandeira dos meus atos eu me ergo,
Não em busca de louvores, nem de aplausos,
Mas sim para viver em honestidade,
E seguir um caminho de integridade.

Minha bandeira não é para exibir,
Mas para guiar-me nos momentos difíceis,
Não anseio por admiração ou fama,
Apenas pela paz que a retidão me traz.

Que cada ação minha seja um reflexo,
Dos valores que guardo no coração,
Sem almejar olhares de aprovação,
Apenas o contentamento da própria razão.

Assim, ergo minha bandeira sem alarde,
Sem desejo de ser visto ou louvado,
Mas apenas para trilhar meu próprio caminho,
Com humildade, honestidade e serenidade.

⁠"Na Sombra do Silêncio"

Perdido no labirinto da memória,
Na sombra da tua ausência, sem glória,
Os tempos avançam, eu, um eco só,
O vazio, um abismo, na alma um nó.

O tempo enubla o que fomos um dia,
Histórias que se desvanecem com o vento,
Desperto à noite com os uivos da agonia,
Um trovão retumba, dilacerando o tempo.

Impotência e orgulho, parceiros nesta dança,
Desilusão ecoa, no campo da lembrança,
Lutei só e perdi a esperança,
O Graal já não se alcança.

Sangro em silêncio, cada gota uma memória,
Por um amor sem vitória,
Notas etéreas ao frio, ao relento,
Nossos nomes, um grito de desalento.

Enterrados estão os nossos segredos,
Não acredito que foi tudo em vão,
Acorrentado aos sonhos e medos,
Na minha nostalgia, na escuridão.

O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão,
No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.

⁠"Alvorecer da Persistência"

Ao despontar do dia, sinto a aurora ecoar como um convite à jornada que se inicia para mim. Sob a luz matutina, renovo minha determinação para enfrentar os desafios que me aguardam, nutrindo a esperança de alcançar novas conquistas e melhorar minha condição. E mesmo quando a luz parecer vacilar, aprendo que cada tentativa me ensina uma nova lição. Enquanto houver fogo em meu peito, a chama da perseverança nunca se extinguirá, permitindo-me reerguer quantas vezes forem necessárias. Continuo, pois, tantas vezes quantas as necessárias, até à vitória ou à derrota final, mas sempre de cabeça erguida, por nunca ter recuado perante o desafio.

⁠Sou um sonhador, um espírito livre,
mas não me enredam os véus do irreal.
Vislumbro horizontes, almejo destinos,
persigo as estrelas, com raízes profundas no chão.

Sou um sonhador ao leme, nas tempestades da minha mente,
Movido pelos sonhos, moldados pelo tempo.
Caprichosos, enchem as velas da minha nau,

Sou um sonhador, e os meus sonhos são a chave,
Para eu me encontrar, a forma de me compreender e alcançar.

Sou um sonhador e semeio os meus sonhos na dura realidade,
Na esperança de os ver florescer e quiçá um dia seus frutos provar.

⁠Num mundo muitas vezes dominado pela euforia coletiva em torno de vitórias desportivas ou conquistas notáveis, opto por trilhar um caminho mais discreto em busca da realização pessoal. Não me deixo levar por essas euforias passageiras, pois encontro a minha satisfação nas pequenas coisas da vida, nas conquistas diárias que podem passar despercebidas aos olhos do mundo.
A minha realização não está vinculada aos feitos de outros, seja um clube desportivo ou qualquer outra entidade. Em vez disso, encontro validação na simplicidade do dia-a-dia, nas relações significativas que construo, nos desafios que supero e no crescimento pessoal que alcanço silenciosamente.
Ao escolher esta abordagem mais discreta, encontro uma sensação genuína de realização que é intrínseca e duradoura. Não sinto a necessidade de projetar a minha felicidade ou sucesso através das realizações alheias, pois compreendo que a verdadeira plenitude vem de dentro.
Assim, enquanto o mundo celebra as grandes vitórias e conquistas notáveis, eu encontro a minha própria versão de sucesso nas pequenas vitórias da vida quotidiana, sabendo que são essas experiências que verdadeiramente enriquecem o meu caminho.