Cora Coralina

Cerca de 85 frases e pensamentos: Cora Coralina
Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto (1889 - 1985), foi uma das vozes femininas mais relevantes da literatura nacional

Reconhece teu erro.
Mesmo que custe muito,
ao teu orgulho e vaidade.

Jamais justifique o errado.
“Fulano foi o culpado.”
Arrepender e reparar
é o caminho certo
da Paz espiritual.

Cora Coralina
Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Aprende…

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⁠Não é o poeta que cria a poesia. E sim, a poesia que condiciona o poeta.

Cora Coralina
Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. São Paulo: Global, 2012.

Nota: Trecho do poema O poeta e a poesia.

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Sou espiga e o grão que retornam à terra.
Minha pena (esferográfica) é a enxada que vai cavando,
é o arado milenário que sulca.
Meus versos têm relances de enxada, gume de foice
e o peso do machado.
Cheiro de currais e gosto de terra.

Cora Coralina

Nota: Trecho do poema "A gleba me transfigura", do livro "Vintém de cobre: meias confissões de Aninha". 6ª ed., Global Editora, 1996, p.109.

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Inserida por portalraizes

Este livro
foi escrito por uma mulher
que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando flores.

Cora Coralina
Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global Editora, 2014.

Nota: Trecho do poema Ressalva.

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Inserida por pensador

Ressalva

Este livro foi escrito
por uma mulher
que no tarde da Vida
recria e poetiza sua própria
Vida.

Este livro
foi escrito por uma mulher
que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando flores.

Este livro:
Versos… Não.
Poesia… Não.
Um modo diferente de contar velhas estórias.

Cora Coralina
Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global Editora, 2014.
Inserida por pensador

⁠Ali fizera curso brilhante e mais brilhante concurso em concorrência com a fina flor da inteligência e cultura de vários Estados, tirando o primeiro lugar, recusando alta colocação no Rio de Janeiro, afirmando que estudara e fizera aquela prova não só para brilhar e sim para servir Goiás, sua terra, e que voltaria.

Cora Coralina
Contas de dividir e trinta e seis bolos. São Paulo: Global, 2021.
Inserida por NandSaboya

⁠Poeta é ser ambicioso, insatisfeito,
procurando no jogo das palavras,
no imprevisto do texto, atingir a perfeição inalcançável.

Cora Coralina
Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. São Paulo: Global, 2012.

Nota: Trecho do poema O poeta e a poesia.

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Inserida por pensador

⁠Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.
Poeta é o operário, o artífice da palavra.
E com ela compõe a ourivesaria de um verso.

Cora Coralina
Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. São Paulo: Global, 2012.

Nota: Trecho do poema O poeta e a poesia.

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Inserida por pensador

Cora coralina

Que desde menina
Mesmo sem ser muito letrada
Conseguiu abismar a moçada educada

Seus versos simples !!
Como de uma cabocla
Desse imenso Brasil
Varonil

Monstrou a todos nós ,
Que as mulheres
Desse pais continental
Que ela é a tal

Inteligente ......simples
Bem humorada
Deixou....... imaculada
Saudades em nossos corações

Coração é terra que ninguem vê disse Cora Coralina.
E eu digo: Coração é terra de sonhos, quisera eu andar descalço.

Esse poema é pra Cora Coralina. Beijos=).

Esse mundo e perfeito maravilhoso e tudo mais.
Mais Tenho Que ir porque?
Não sei mais tenho que ir.

Bom não é um poema mais eu acho que ficou bom.♡

Inserida por IsabelStayles

A CORA CORALINA
Cora- Coragem,
Cora- Poesia,
Cora- Palavra,
Cora- Protesto,
Cora- Justiça,
Cora- Paixao,
Cora- Mulher!
Na inquietação- Coralina,
Na procura- Coralina,
Nos combates- Coralina,
Nos Goiases- Coralina,
E de Cora Coralina
Veste-se a noite de hoje,
E de Cora Coralina
E o verbo que se fez verso!
Ave poesia, cheia de graça!
Nave Goias- Anhanguera,
BENÇÃO CORA CORALINA

Inserida por juniorrv18

Cora Coralina

Minha doce Ana
humildade que encanta
das suas mãos
a doce profissão.

Transformou a doçura em palavras
e palavras em poesia
e poesia em sentimentos
e sentimentos em pessoas.

Sem se importar com gramáticas
com escolas literárias
priorizou a mensagem
para a forma virar simplicidade.

Dos becos históricos de Goiás
o cotidiano da nossa gente
canônica eternamente
doceira das palavras.

Leva o Prêmio Juca Pato
com o carinho da sua gente
Ana, Aninha
nossa doce Cora Coralina.

Inserida por danielliokamura

A escola valoriza mais quem não precisou dela para prosperar. Cora Coralina estudou só três anos, e seu reconhecimento é notório. Logo teremos um alunado honoris causa.

Inserida por Kllawdessy

Estou em companhia de Cora Coralina,

e de Fernando Pessoa para te dizer

que você é a melhor companhia;

não que os dois não me sejam de grande valia,

a tua presença e teus sabores me concedem

uma intensa felicidade e grande magia...



Um beijo com sabor de araticum

é para mostrar que

o meu coração inteiro faz tum-tum...

um beijo com sabor de baru

é para dizer que és lindo a olho nu.



Fernando Pessoa deve ter escrito à toa

que o poeta é um fingidor,

o poeta não é um fingidor;

ele quando escreve sente

as dores do mundo, e também sente amor,

você tem todo o meu amor...



Um beijo com sabor de curriola

é para dizer que quero ouvir a tua viola.

um beijo com sabor de gabiroba

é para dizer que tens o meu coração;

e nele é o endereço em que você mora.



Eu, Coralina e Pessoa, agarrados nas asas da poesia,

estamos sobrevoando planaltos, planícies e córregos,

e ainda nós não experimentamos

os segredos e todos os mil sabores;

o Cerrado é terra de grandes amores,

brindo- o com todos os louvores!



Um beijo com sabor de cagaita

é para dizer que te conquistarei

de forma nada arcaica - e bem gaiata,

um beijo com sabor de buriti

é para dizer que o meu beijo foi feito para ti.



O Cerrado é a poesia perfeita e que emociona,

a poesia me permite até passear contigo no Cerrado,

e pedir que você se torne o meu namorado;

Coralina me deu coragem

para fazer doces e escrever essa cantiga.



Um beijo com sabor de pequi

é para dizer que te quero aqui,

Um beijo com sabor de mangaba

é para dizer que já sou a tua namorada;

e que estou inteiramente apaixonada...



Eu, Coralina e Pessoa,

escrevemos versos sobre o Cerrado majestoso,

os nossos versos foram escritos

para dizer que é chegada a hora da colheita dos frutos

desse amor infinitamente generoso,

amar de verdade é lindo como o Cerrado,

amar é maravilhoso!

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Quisera todos os seres Humanos terem um tiquim desse firme pensar de Cora Coralina, pois aí sim,de fato estaríamos nos humanizando e colocando-se de fato como se o outro fosse nós mesmos...

Inserida por dalainilton

Sempre se acha ser Cora Coralina... No cerrado.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ouço seu andar pelos morros dos meus olhos
nem sei se aqui é Minas
mas vejo pontas de minhas raízes ressequidas nessas páginas
conheço esse caminho de pedrinhas miúdas, reviradas...
florzinhas acanhadas, pisadas, maltratadas.

- aqui há sol! muito sol!
sua voz de nascimentos sopra-me versos

feinha vou milagrando em letras nas rachaduras
da dureza da vida
frágil, relutante, bravia...
integrando na lição terna

curvo em seu ouvido
-semear, vigiar, colher...

Ah, Aninha, ainda faço doces com suas receitas.

De Goiás a Brasília –
Memórias de Minas Gerais
[J.W.Papa]

E como se eu carpisse três quartos de chão duro de terra vermelha numa empreitada só, e ensimesmado olhando para o sol visse meu futuro por entre as folhas já quase secas de um abacateiro - sem abacates.
E a lua antes da hora de costume, já fosse se aproximando e se antecipasse a mim, feito os beijos quando são roubados.
E as estrelas raivosas não me alumiassem e desconjurando-me negassem seu pisco aos meus olhos, já marejados de tanta tristeza e solidão.
Feito se eu fosse de pedra, dos pés ao fio de cabelo mais encravado do couro cabeludo ou se eu fosse de veludo, feito o fundo mais profundo de uma caixinha dessas de guardar segredos e quinquilharias.
Feito se eu olhasse mudo a transição de mundos e a patifaria que ocorre todos os dias e em silêncio, tivesse de permanecer até que se secasse a última gota de suor de minha testa escaldada pelo calor dos raios deste sol enorme posto no céu de Minas Gerais.
E visse o vento ligeiro soprando ainda tímido por entre as frestas das coisas, trazendo-me a brisa, que me aliviaria por hora deste meu sofrimento.
Se pudesse, veria o vento, se curvando a todo tempo para não se chocar com a montanha avermelhada - do pó da terra que eu carpia logo ali perto!
Mesmo que topasse com onça brava no caminho ou outro bicho grande, destes que habitam as matas selvagens.
Mesmo se topasse de frente com bicho bravo, seguiria a pé pelas trilhas e pelos caminhos de terra por mais distantes que fossem, seguiria ereto e rijo até o ponto mais alto do vale.
E desceria o abismo escuro enrolado em cipó de macaco numa queda só, até a cachoeira d'alça d'água, só para me refrescar desta quentura toda.
E se eu fechasse a janela às três horas da manhã sem um pingo de sono sequer e me deitasse na cama de olhos abertos e ficasse olhando o escuro e tateasse o mundo, o meu mundo...
E pontilhasse no ar constelações inteiras de insetos luminescentes ponderando acerca de conferir ou não o incômodo do Xixixi... Das formigas e cupins desfazendo minha porta, transformando-a em minúsculas esferas de madeira marrom.
E eu acordasse todas as manhãs bem cedo desejando do fundo de minha alma que já fosse de noite, só para recomeçar tudo de novo.
Desejando que fosse esse, o meu mundo; que fossem esses, os meus sonhos; que fosse esse, o meu futuro!
E mesmo que esta terra nunca mais me quisesse, nem eu a quisesse, e mesmo que ambos não se quisessem - (E mesmo que eu não fosse daqui, e nessa terra não tivesse nascido) – só desejaria carpir um quarto desse chão de terra fértil, plantar uma roça inteira de pés descalços pisando o chão quente aquecido pelo sol.
Mesmo que o chão fosse duro e a terra fosse vermelha e a colheita não fosse assim tão farta, mesmo se a terra fosse arrendada do patrão, e os impostos para explorá-la fossem muito caros acima de minhas possibilidades, mesmo assim!
Mesmo que este chão não se tornasse meu um dia, mesmo que não se tornassem meus os sete palmos de terra prometidos a mim. Mesmo assim, seria um sonho!
Se deste sonho um dia me despertasse e nada me adviesse, mudar-me-ia para Goiás, mudar-me-ia para Brasília.
Quem sabe lá não encontrasse as minhas origens, as tais raízes... Que nos fazem querer retornar à nossa terra natal.
Que nos faz enxergar os traços em comum com gente que a gente nunca viu, mas se sente bem ao ver pela primeira vez, e é como se as conhecesse desde sempre.
E neste caso, voltaria para Goiás Velho, iria revisitar as memórias de Cora Coralina e quem sabe não escrevesse algum verso sentado em sua cozinha!
E perto do fogão a lenha, sentindo o calor do tacho quente a me aquecer no inverno sorriria, saboreando as delícias feitas pela poetiza. Com um pedaço generoso de bolo de milho com queijo às mãos e rodeado por vários cães e gatos manhosos, por todos os lados que olhasse me lembraria de Minas!
Dada toda essa alegoria política, talvez eu seja mesmo de Brasília, talvez seja um filho bastardo de Juscelino!
Pensava ser de Minas... Mas agora não tenho tanta certeza se sou. Se fosse de Goiás não me importaria.
Pensando bem... Vou para o Planalto Central tocar viola caipira, comer arroz feito com pequi e falar de política ao largo do Lago Paranoá.

[...] gente que a gente nunca viu, mas se sente bem ao ver pela primeira vez, e é como se as conhecesse desde sempre.


Fragmento do poema
"De Goiás a Brasília –
Memórias de Minas Gerais".