Coleção pessoal de ThayllaCavalcante

41 - 60 do total de 50 pensamentos na coleção de ThayllaCavalcante

"Talvez eu não esteja em pleno juízo, ou talvez o juízo não seja pleno."

Em meio a teus braços,
Me fiz mais humana.
Tornei-me veloz
Um agora feito de nós,
Epidemia profana

Coberto de luz,
Num suplico de dor
Teu brilho reluz
Por tal infiel amor

Me arrasto a teus laços
Na paz de perigos escassos
Desprenda-se do pudor
Desvanecida mergulho sem o menor rancor

Um lapso de memória,
Fadados ao fracasso
Tormenta notória
Total embaraço.

De vidas passadas,
Carrego tal história
Paixões transmutadas
Imensidão irrisória.

Pecado vendado
Te fiz de morfina
Dormindo a teu lado
Completo minha sina.
Percorrendo a estrada entre a vodka e a cafeína.

"Sentidos vagando em dispersão,
Olhos abertos apenas para ver,
Te ler feito um livro,
Ouvir tua doce voz e crer que tornei-te minha dimensão.

Desgovernada mergulho em planos incertos,
Incerta me desgoverno.
A relação desse agora sem méritos,
Me aquecendo no frio do teu inverno."

Meu inferno pessoal

De tudo o que me lembro era frio e cinzento.
Pequenas luas se faziam presentes,
Olhares vagos, descontentes.
Pouco mais iluminados que o calçamento.

Absoluto e solene,
Olhava-me de cima
Sangue fervente e pulsante.
Sob o calor que se aproxima.

Como um fantasma me escondia a tempo de não ver,
Transparecia em mim a luz de um grito rudimentar,
Essência explicita em minha falta de te ter.
A luz remanescente e ofuscante
Logo já não teria onde então se esconder.

Ignorando a excitação intimamente ligada aquela mesma dor
Dobraduras coloridas percorriam o teto
Presas e soberbas, nunca antes livres
Logo mais entrariam numa estrada sem fim
Clamor recorrente.
Definitivamente um ótimo ator.
Sob um universo atônito em busca de contrapostos.

Nada demais.
Nada de novo.
Tudo passado.
Tudo decomposto.

Rosa em excesso,
Calma e intimidada.
Abrir e fechar de portas.
Ruídos espessos.
E eu o olhava
Tumulto dentro de mim por fora da organização.
Encontrei em você ruína e desgraça.
Longe desta mesma dimensão está quem vos fala.

Portas abertas de um inferno que tão logo seria meu.
Tua mão que afaga uma infeliz agregada.
Já não seria problema seu,
Portas abertas a procura de minha final entrada.

Doses de inconsequência

Encontrei em minha falta de querer
Motivo perante a abstinência.
Desapeguei do total pudor
O medo oscilante, sem suceder
Se exilou enfim de minha existência

O fogo vermelho se tornou azul
No calor do depois,
Compulsão de nós dois.
O agora mostrou que reluz.

Agonizante exatidão,
Súplicas fora do conceito.
Sua cautela improvisada
Traça o pecado perfeito.

Agora sem decência,
O intenso ultrapassou a dor.
Ingrata loucura derramada
Afável, intocada.
Miúdas doses de inconsequência.
Trago em mim seu calor.

Mistério tênue a se fazer decifrar.
O depois se tornou loucura
No caos do embaraço,
Vida curta para pensar.
Indecência se tornou cura.
Não mais me afundarei,
Nem mergulharei em uma virtude disfarçada de compostura.

Monotonia

Vês o céu de raios ofuscantes e primor Luzido?
Vês o sol entre teus olhos convertido?
És vaidade na vida, onde já se foi presumido.
Tua glória empavesada e assumida,
Fará tornar-se até a airosa manhã oprimida.

Sol e Lua se encontraram com alento e sem pudor.
E um dia mostrar-te-ei o quão sublime é o meu amor.

Sinto-me hoje desvanecida.
Em tuas faces, considero-me equivocada.
Ostentas meu coração inflamando as mais sublimes faces ao considerável nada.
Não mais me considerarei humana,
Minha mente quase profana necessita de alento.
Meu amor por ti peleja,
Ao mesmo ponto onde fraqueja presumindo o desastre iminente.

Comparo-te ao aljôfar mais precioso.
Sendo assim, sigo minha busca somente a te encontrar.
Pois nem isso me seria tudo,
Já que tudo para mim é nada.
Me cubro de espasmos,
A vista de teu rosto, meu amado!

O insano

Junte o útil ao agradável,
O infiel e o profano,
A moral e a ética,
O amor e o humano.

Se fosse simples não mais seria bonito,
O amor mensurável não serve,
Não eleva nem agrada ao espírito.

Não peço-te permissão,
Nem te digo que foi escolha.
É mais uma imposição do destino que nos entreolha.
Sinto-te distante,
Como um grito no vazio.
Vozes oscilantes, de uma mente inerte em meio ao frio.

Se sob a penumbra cinzenta recai a noite,
Me faria eu desnecessária.
Colmada por súplicas infiéis e de glória empavesada.
Num sóbrio recanto me conduz
A paisagem já atravessada.
Gestos secos e sem luz.
Alma distante, intocada.

O contraste ideal existente.
Olhos negros estes teus,
Fariam estrelas terem inveja deste tal brilho fosco.
Apenas sigo a linha do horizonte, ignorando vertentes.
Meras súplicas abandonadas,
Pudor inexistente,
Vidas separadas.

Colecionador de amor tu és.
Obra de vidas passadas.
Colecionador de dor tu és.
Portador de histórias equivocadas.

Afundo-me em teus males, mergulho em teus receios,
Bebo da fonte dos teus medos.
Jogo-me por inteiro.

Ainda que louca, desvairada,
Entendo-te um pouco.
Vives para os outros,
Pensas nos outros.
Ah meu bem, pense em mim!

Infidelidade

Mistérios e enigmas rodeiam teu corpo.
Silencioso, vejo-te balbuciar.
Em meio ocioso fiz-me pairar,
Sob palavras melodiosas,
Tudo o que me restar.

Se vens como um anjo caído,
A noite escura convida a viajar.
Toque minha mão,
E faça este tal brilho durar.

Cada sensação nunca antes vista,
Cauteloso e perigoso te faço bastar.

Palavras divinas em meio a tormenta,
Vida tirana vem a desinteressar.
Pessoas comuns na falta do que conduz.
Tua vitalidade escassa,
Um tanto anti social,
Bipolaridade disfarçada.

É meu último suspiro frente ao que resta de tua amada.
Até então cheia de luz,
Retiro de tua mão a espada.

Encha-me com seus conselhos,
Serei eu tua aprendiz.
Como movimentos de teus cabelos.
Vertentes opostas de uma mesma diretriz,
Te guio por espelhos.

Passos descompassados,
Pela dor que esmaga.
Se como um golpe me conduz,
Serei eu desnecessária.
Em tua mão um fulgor reluz,
Tornando-me por total errada.

Idealizarei tua utopia,
Com um vigor que me afaga a alma.
Viva feliz e sorria,
Fiz do mundo tua morada.

Eu sou fiel meu bem.
Considero o que me é ensinado.
Te elevo e consagro,
Ainda que dentre todos,
Sejas tu, o meu maior pecado!

Par de olhos

Por lá andava eu,
Solene com a mente em dispersão,
A cada nova e temerosa respiração
Tecendo um caminho não mais meu.

Um único par de olhos que se fizeram bastar,
Junto a linha do horizonte a luz terrena jazia
A lua inerte e vazia.
Quase tanto quanto eu.

Prosto-me sobre ouropéis.
Grama fria e orvalhada,
Amaldiçoada por desejos infiéis.

Era errado o meu certo.
Mas possuías total mérito,
De se fazer presente sem merecer.

Profunda Tirania

Tens o corpo de um deus grego,
Traz a mesma tirania.
Me embriago a teu lado,
Meu ego permanece inflado,
Uso-te como guia,
Entre a loucura e a razão, de minha pura ironia.

Fúnebre e débil recai a noite sobre mim,
O crepúsculo se vai.
Serei eu então honrada.
Contraste existente da lua que me estatela a alma,
Branca como tua pele,
Tensa como quem se entrega a mim que sou tão descuidada.