Coleção pessoal de sweetclementine

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(...) e novamente me vi sentada naquela poltrona antiga que tem na sacada procurando os motivos de você ter ido. Me vi, apertando contra mim o celular á espera de uma ligação. Me peguei chorando ao som da sua musica preferida. Olho pras estrelas todos os dias na esperança de ver uma cadente só pra pedir você comigo (...) Lembro-me dos dias bons, nos quais frios eu ia até você só esquentar meu pé na sua batata da perna ou de como me embalava nas noites em que eu só sabia chorar. Ah se você voltasse, eu juro que colocaria mais açúcar no café...

Mas foi, eu deixei a menina do sorriso bonito. A menina do sorriso bonito me deixou. Não sei qual á ordem certa e nem sei como viemos parar aqui -na solidão. Talvez se eu parasse com meus cigarros -mesmo assim você não voltaria. Ou se eu parasse de beber e pensasse um pouco antes de te ligar totalmente embriagada no meio da madrugada, você não me deixaria. Se você olhasse para mim de novo, só pra ver o meu estado. Ver, como eu me sinto infeliz. Ouvir como não há pureza no meu riso nem brilho nos meus olhos. Sim, a menina do sorriso me deixou e eu procuro deixá-la ir a cada segundo.

Não é insônia. É saudade!

Tudo o que era mau atraía-me: gostava de beber, era preguiçoso, não defendia nenhum deus, nenhuma opinião política, nenhuma ideia, nenhum ideal. Eu estava instalado no vazio, na inexistência, e aceitava isso. Tudo isso fazia de mim uma pessoa desinteressante. Mas eu não queria ser interessante, era muito difícil.

Seus toques são mais viciantes que lsd. Você é a heroina correndo nas minhas veias.

Triste é olhar para a janela, ver que amanheceu e nada mudou.

Aprendi que não vivemos de esteriótipos, ninguém é sensível ou bruto o tempo todo. Aprendi que não se deve querer explicação de tudo. Não devemos nos perguntar porque uma pessoa saiu de nossas vidas, sem saber o porque um dia entraram. Não devemos procurar explicar sentimentos, na verdade, se fossem explicáveis, não seriam dentro da gente. Mas acontece que desde que nascemos nos dizem que a vida tem um porque, porém não existe nenhum ser humano apto á explicar como chegamos nesses porques, ou que de fato provasse que existe um porque. Discordo de tudo aquilo que venho ouvido á anos, nada é predestinado assim, a vida vem sendo uma estrada bifurcada, está há rumos diferentes á serem seguidos. Destino é uma desculpa para os preguiçosos deixarem como estar, esperando por mudanças. Mas vou te falar, a mudança começa dentro da gente.

Nem precisa insistir. Não precisa mandar um avião escrever nosso nome no céu, não precisa me acordar a noite com uma serenata, nem escrever uma carta. Basta chamar meu nome com jeitinho e dizer que sente falta, minha saudade clama a tua.

Estranho que quando você me falta não há coisa bela, não há poesia nem inspiração e muito menos ritmo. Em noites de insônia não consigo escrever. Quando você se vai meu dia fica cinza, minha cabeça fica com poucos pensamentos -todos pequenos-. Mas o seu voltar ah, esse sim é doce. Danço sozinha, sorrio pras paredes e as palavras saem como se estivessem numa metralhadora. Se escrevi isso é porque você voltou, hoje é dia de festa!

Quando o vejo se aproximando o meu corpo se atraí feito um íma. Ele se enche de paz em mim, ele só transborda coisa boa aqui dentro. E é por isso que eu gosto tanto de ficar do lado dele. Ele me faz ter uma vida singela ao seu lado. Quando perto dele fico num estado variado, meio menina, meio mulher. Não me afastarei do meu bem. De quem me faz tão bem.

Noites de lua cheia me trazem um pouco de melancolia. Ninguém me ensinou á ficar bem sem seus sinais. Vou enlouquecer por te imaginar nesses quatro cantos do mundo. Vou enlouquecer sem qualquer notícia. Será que anda fumando? Será que ainda toca naquele bar que nos conhecemos? Eu poderia passar por lá como quem só quer afogar as tristezas num copo de Absinto, mas e se você não estiver? Vai doer mais ainda porque pensei que poderias estar lá?

Então diante dos meus olhos você vai ter que dizer que não sente nada e que não se importou.

Meu primeiro pensamento do dia foi ser feliz, então joguei água fria no corpo e prendi meus cabelos para cima de modo que meu rosto ficasse visível. Coloquei minha melhor roupa e passei do meu melhor perfume. Tirei a noite para dançar, havia ali rapazes belos porém sem nenhum pedigree e também moças deslumbrantes que se davam por tão pouco. A partir desse momento percebi que estava enganando á mim mesma, eu não fazia parte desse grupo irracional. Acabei retrocedendo ao início.

Sentada na varanda, tento escrever a melhor poesia para afagar teus ouvidos, busco as mais lindas palavras para lhe compor uma canção, procuro pelo tom que melhor se encaixa na minha voz para sussurrá-la no teu ouvido. Isso não é possível, você é acidente e é grave, você é tormento, nunca calmaria. Você se invade em mim e congestiona meus sentimentos. Você viola meus pensamentos mais certos. Você é profano. Do jeito que eu gosto.

Nunca parei pra pensar o que significa ao pé da letra o significado da palavra "amor". Mas tenho a impressão que amor é passeio no parque em dia ensolarado, é domingo chuvoso, é chocolate quente na cama, é ouvir o canto dos pássaros, é receber carinho sem pedir, é chegar depois de um dia estressante e se jogar na cama, é observar as estrelas à noite e deslumbrar o brilho imenso da lua, amor é coisa boa.

Você é sinônimo de tardes gélidas, café quente, edredom grosso e saudade, muita saudade.

Olhar no espelho do futuro e ver um velha psicótica, efusiva, acalmada com remédios ou outras drogas. Seus vizinhos ficarão com pena, tão velha, tão só. Há de amedrontar as crianças da rua. Sozinha ela assistirá a vida passar sentada num banco de seu jardim, que vai ser a única coisa que ela há de se importar, suas belas margaridas. Se pegará recordando de sua adolescência e de algumas tentativas fracassadas de ser feliz. No final do dia ela se verá como no começo, só, sem amor, sem rancor.

Poucos são os dias em que não me sinto só. Raros, digamos assim. Quero a sensação de estar viva, de abrir os braços e poder abraçar o que me faz feliz, mas aí vem a seguinte questão: O que me faz feliz? Eu não sei (...)

Anseio mais do que nunca tua suposta vinda. Não demore!

Ah como não me lembrar daquele dia de primavera. O dia em que nos vimos, você me parecia um tanto quanto apressado, todo desajeitado ao segurar seus livros e seu chapéu, que por um sinal o vento trouxe até meus pés e você veio para buscá-lo, me olhou de baixo para cima, incrível. As flores vermelhas do chão da praça constrastando com a cor da sua pele e combinando com a cor de seu lábios. Eu nem te conhecia mas pensava no quão és magnífico. Lembrei-me do teu olhar por semanas, até que por alguma força nos encontramos, no mesmo lugar, na linda praça de árvores floridas, e desde que isso aconteceu, meus dias não são mais os mesmos.