Coleção pessoal de Soneta

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Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim...

E um dia se atreveu
A olhar pro alto
Tinha um céu mas não era azul
No cansaço de tentar quis desistir
Se é coragem eu não sei

Tenta achar que não é assim tão mal
Exercita a paciência
Guarda os pulsos pro final
Saída de emergência

E um dia decidiu, quis terminar
Só mais um gole e duas linhas horizontais
Sem a menor pressa
Calculadamente
Depois do erro a redenção

Tenta achar que não é assim tão mal
Exercita a paciência
Guarda os pulsos pro final
Saída de emergência

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem. Dessa vez eu já vesti minha armadura, e mesmo que nada funcione eu estarei de pé, de queixo erguido. Depois você me vê vermelha e acha graça, mas eu não ficaria bem na sua estante.

par perfeito? Isso nαo existe porem, em αlgum cαnto que desconheço existe um ser perfeitαmente αjustαvel α um convivio quαse perfeito.

Não deixe nada pra depois, não deixe o tempo passar. Não deixe nada pra semana que vem porquê semana que vem pode nem chegar.

E não adianta nem me procurar em outros timbres, outros risos. Eu estava aqui o tempo todo só você não viu.

Só por hoje não quero mais te ver. Só por hoje não vou tomar minha dose de você. Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam. E essa abstinência uma hora vai passar...

Nao deixe nada pra depois
nao deixe o tempo passar
nao deixe nada pra semana qu vem
porque semana que vem
pode nem chegar...

Esse pode ser o último dia de nossas vidas
última chance de fazer tudo ter valido a pena
diga sempre tudo que precisa dizer
arrisque mais, pra não se arrepender
nós não temos todo o tempo do mundo
e esse mundo já faz muito tempo
o futuro é o presente e o presente já passou
o futuro é o presente e o presente já passou...

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Irei te mostrar todas as cores do meu arco-iris assim que tiveres capacidade de ve-las

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.