Coleção pessoal de samuelfortes

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⁠À Quem Não é Comunista

A doença infantil do comunismo, renega a si mesmo na negação da negação.
Cresceram no comunismo, qual o capitães de areia, e foi levada ao léu senão ao mar e no eterno retorno qual a onda vai e volta, na luta do rochedo contra o mar e o mal. A farda modela o corpo e atrofia a mente.

⁠Se assim seja, em plena maior exaltação de nossa mínima máxima exuberância, nossa alternativa de melhor escolha, será o após de agora, o amanha não é mais o mesmo do ontem, será apenas o mais do mesmo do que não foi o hoje.

⁠A Felicidade como Questão Ideológica e a Camisa do Homem Feliz

Poderíamos sugerir inicialmente que a felicidade exigiria a plena satisfação de nossos desejos, como desejamos o tempo inteiro a felicidade seria esta ininterrupta satisfação destes desejos para que fosse substituídos por novos, imediatamente, satisfeitos e que tivéssemos condições desejos, de satisfazê-los initerruptamente. Perceba a imensa dificuldade de enxergar a felicidade desta maneira. Primeiro, o desejo pressupõem a conceitualmente a falta, e é a energia que mobilizamos para que aquilo que nos faz falta, para aquilo que encarecemos. Então, é claro e evidente que quando conseguimos o que desejamos, já não desejamos mais e ai, outros objetos de desejos aparecem.
Então, se a felicidade é ter o que se deseja, ela é rigorosamente uma impossibilidade.
Em qualquer sociedade, há uma lógica da definição do desejo autorizado.

Arde Sem se Ver

⁠A mente é um fogo a ser aceso, não um vaso a preencher. Com o fogo, tem-se o poder de aquecer a mente de quem o vê, um fogo devora um outro fogo. Uma dor de angústia, cura-se com outra e se devoram na dança em chama. Do atrito de duas lascas de pedras, chispam faíscas, das faíscas vem o fogo, do fogo brota a luz que irradia o pensamento esporádico. O fogo queima a lenha, a inveja consome as boas ações, tal como o fogo tende para cima e a pedra para baixo.

Carta em Próprio Punho

Pensamentos, valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda de ser o ter, sem que o ter te tenha. Não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer. A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente. A mentira é muita vezes tão involuntária como a respiração. Esquecer é uma necessidade e a vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

⁠A Casa das Mil Janelas


Passarei lúcido e frio
Num ponto qualquer da treva

Na praia de ondas brancas
Abrem-se as ondas cativas

No oco raio estelar

Vão e vêm,
Chegar-me o apelo vazio
Afloram perspectivas

Chega impressentida
Nunca inesperada
Que matam a morte
Por medo da vida

A tarde morre bem tarde
Que tarde que a tarde cai
Tão boa de querer bem

Parapeito



Falar sem aspas, amar sem interrogação, sonhar com reticências e viver sem ponto final.
Enquanto você sonha, estará fazendo rascunhos de seu futuro. Você nunca encontrará o arco-íris se estiver olhando para baixo, pensamos muito e sentimos muito pouco, sendo assim, a vida é uma tragédia quando vista de perto, mas se torna uma comédia, quando se vista ao longe.

⁠Feito Fibra e Pedra


Nasceste para o sol
És mocidade
Em plena floração
Rosa que enfloreceu

Sobre teu rosto soberano
A vida em ti, que é sumo alegria
Em plena floração, fruto sem dano

Numa severa afirmação da luta
Uma impassível negação da morte
Feito pó, feito pólen

Feito fibra
Feito pedra

⁠Processos e Minutas


Como passou depressa o tempo
Como mudou a poesia
Uma gota de chuva
A mais,e o ventre grávido
Estremeceu a terra.

Depois foi só. O amor era mais nada
Sentiu-se pobre e triste como Jó
Um cão, sarnento e de rua
Mas não de todas as ruas

Veio lamber-lhe a mão
Espantado, parou.
Depois foi só

A Morte Como Pessoa Feminina de Deus.

Com o feminismo por baixo dos lençóis, a pior forma de solidão a que se pode condenar uma mulher é a solidão de não fazê-la, de vez em quando, de objeto. A natureza, tem uma estrutura feminina: não sabe se defender mas sabe se vingar como ninguém.

⁠Num mundo onde a aparência vale tudo e a essência é coisa não valorizada, descobrimo-nos donos de tudo e mestres do nada. Mestre, meu querido Mestre, quero aprender de ti a sabedoria de não ter nada e, no entanto, tudo ter. Porque me deste sua alma se eu não sabia o que fazer dela, meu coração não aprendeu a sua serenidade, na mágoa cotidiana da matemática de ser.

⁠Mudez

Mudo, mas não mudo muito
⁠Na esquina da cortina ao alto mar
Me vejo
Desejo de ser e tocar de vidro frio

Do horizonte cheio de montes baixos
Desembrulhar-me e ser eu
E raspar a tinta
Como os que me pintaram os sentidos

Nas grandes cidades
A vida é mais pequena
Na cidade, as grandes casas fecham
A vista e à chave
E as flores são cor da sombra

E tornam-nos pobres,
Porquê a nossa única riqueza
É ver.



Minamata
Mina e Mata
A mina e a mata
A mina sem mata
A mina mata
Mina mata
Minamata

⁠O Pregador de Predadores

Na
Supernova
Que
Se esvai
O que
Nos
Constitue

No Sol
Que
Se exaure

A vida
Que
Nos enche

No regalo
Do predador
A tragédia
Do que é
Presa

A vida
Se alimenta
De vida
Como
Entender!?

Na falta
De um
Predador
Natural
Predamo-nos

O Poeta Lúdico e o Louco

Na insegurança
Das decisões
A angústia
Da ansiedade

Na incerteza
Do que está
Por vir
O temor

Onde
O tempo
Livre
De toda
Matéria
De que
São feitos
Os medos?

Quando
O tempo
De realizar
O que
Se aspira?

De recusar-se
A morrer
Sem ter
Vivido?

Que dizer
Da ética
Do agir
Sujeita
À ação
Da violência?

À tragédia
Do desamparo?

À submissão
Da incompetência?

À catástrofe
Do terrorismo?

À dramaticidade
Da tortura?

Ao sofrimento
Da descompaixão?

À insensibilidade
Da ambiguidade?

À tristeza
Que emudece?

À arrogância
Que asfixia?

Às esperanças
Frustradas?

Aos fantasmas
Dos medos?

Nada
Mais aterrador
Que cristalizar-se
Num estado
De maturidade!

No rescaldo
A sensação
De diluição
De algo
Imprescindível

Por vezes
A loucura
Só é lúdica
À distância!

Mãos Queimam

Baixou as armas
Jamais sacadas
Ensarilhou-as
Sem nunca
As ter
Desensarilhado

Sentiu-se
Um pistoleiro
Do entardecer
Sem nunca
O ter sido
No amanhecer

Uma sensação
De alegria
Não mais ser
O que nunca
Tinha sido
Desde sempre


Sentiu-se
Estranhamente
Feliz
Missão cumprida
Deu-se
Por satisfeito

O Tocar de Janelas


Do poste
Pela
Vidraça

A imagem
Serena
Peneirando

Chuvinha
Mansa

Deliciosamente
Mansa

Peneirando
Peneirando

Levando
Lavando
Sedimentos
E
Setimentos

⁠Liberdade não pode ser dada, mas pode ser conquistada, ela está na raiz das ideias, onde nasce o direito de ser.

⁠"Povo armado
Jamais será
Escravizado!"

Com que
Dinheiro?

Em andamento
Algum mimo
Eleitoral

"Meu trabuco
Minha vida?"

O Acertar de Bater de Palmas

⁠A
Arrogância
Da estupidez
Não conhece
Limites

O instigante
Desconhecido

Origem
De tudo

Ao que
Parece

Ainda
Não acertou
A mão