Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠Aflição

E eu canto a vida do meu jeito torto.
É minha maneira de mostrar que meu coração não está morto.
Sou um sopro que logo irá acabar...
Nessa imensidão... uma gota do mar.

Meu coração inquieto
Bate no peito sem jeito...
Quando parar de bater... e irá
Pois nasci pra morrer.
Triste constatação.

Qual o valor de uma respiração?
Sigo à procura de uma razão.
Sigo em busca da certa direção...

Caminhos tortos no meu andar torto...
Nenhuma luz a brilhar nesta escuridão.

A vida vou entender quando meu coração estiver morto?

Que agonia!!! Que aflição!!!!

⁠Escrevo

Meu sentimento se perdeu no vento.
Por isso escrevo.
Nos dias tristes, alegria canto... em cada verso, o riso leve descrevo.
O sonho lindamente sonhado...
No papel é cuidadosamente desenhado.
O medo é enfrentado.
O choro... consolado.
Escrevo e fim.
Não importa se toca em você ou apenas em mim.

⁠Meu coração

Manhã fria de inverno.
Vento forte a soprar
Não há o canto dos pássaros
Pra minha vida alegrar.

Um aroma firme de café.
O quarto gelado...
O espelho quebrado...
Com você foi embora minha fé.

Sórdido este presente em desarranjo.
Roupas espalhadas pelo chão.
O medo batendo à porta.
Dói com a dor mais doída do mundo meu coração.

Diante deste mundo sombrio...
Nuvens carregas no céu...
O sol que escondido está faz-me sentir um mais forte frio.

⁠A vida é uma só

Um começo.
Recomeço... de voltar quando é preciso nunca me esqueço.
Um ponto de partida... depois... tudo é vida... até chegar ao fim.
Caminhada sem volta.

A vida dá suas próprias voltas...
Percurso sinuoso... ondulante...
Não tem jeito...
Tem de seguir sempre adiante.

Paradas obrigatórias.
Momentos de glória.
Estende bem alto a bandeira da vitória.

Segue o dia a noite...
O vento... um açoite.
Há vezes que tudo embola...
A vida enrola...
Cada nó que dá dó...

E a vida é uma só.

⁠Medo do fim

Um caminho.
Um caminhante.
Uma via reta.
Uma estrada deserta.
Um começo... um meio... um fim.
O que tem a vida reservado pra mim?
Nascer e morrer... um ponto.
No meio... milhões de encontros.
Curvas sinuosas... labirínticas... tortuosas...
Precipícios sem fim...
Um medo que se aloja em mim.

⁠Linha... linha...

Um encanto encantado.
Pelo vento às vezes sou levado...
Linha... linha... linha...
Tudo desalinha, tudo curva.
Uma vida que deixou de ser só minha.

Jogado pra lá e pra cá.
Tento me equilibrar.
O vento a soprar...
Eu a rodar, a rodar.

Percurso sinuoso.
Sinto-o um tanto tortuoso...
Há dias em que tudo se embola...
Num vai e vem que tudo enrola.

Paz...
linha... linha... linha...
Uma reta que parece não ter fim...
A vida enfim... deu uma trégua pra mim 😉

⁠Queria

Queria ganhar de presente um pôr do sol...
Queria ganhar mil sorrisos...
Queria da vida só alegria.

Queria ganhar de presente as luzes do arrebol...
Queria ganhar amizades...
Queria da vida toda a felicidade.

Queria ganhar de presente uma onda do mar...
Queria ganhar uma estrela do céu...
Queria da vida todo o sabor do mel.

Queria ganhar de presente uma estrela do mar...
Queria ganhar floquinhos de nuvens...
Queria da vida só paz e dias e dias de muito amor

⁠Uma tristeza tão grande

Fecho lentamente meus olhos.
Trago pra bem perto as lembranças...
Saudades daquele tempo
Em que viver era tão leve... era como ser eterna criança.

O aroma do perfume.
Nos lábios do mel o sabor.
Emoções à flor da pele...
Tão lindo esse meu primeiro amor.

Hoje uma vontade imensa de para trás ir...
Pra dentro de um forte abraço
Meu primeiro amor trazer...
Olhar em seus olhos... sorrir um eterno sorrir.

Fecho os olhos.
Não quero ver ao que ao meu redor agora está.
É uma tristeza tão grande...
Pouco a pouco se diverte ela em me matar.

⁠Meu coração

Meu coração... há momentos em que se transforma completamente
Bate suave... num tum-tum alegremente.
Há uma alegria que o envolve completamente
Todo caminho por onde passa se transforma em um jardim florido... perfumado... todo vento forte fica acalmado.

Meu coração... há momentos em que é pura felicidade... desconhece o que é mágoa... não se sente rancor... banha-se totalmente no mais puro amor.

Meu coração... há momentos em que bate um bater de pura felicidade... de mais intensa alegria...
Sem intrigas... sem teias...
Rompe todas as amarras... desfaz-se das algemas... vai pra bem longe de toda e qualquer cadeia.

⁠Palavras de arte


Um caminho colorido
De poesias por todo lado florido...
Um perfume no exala no ar...
Minha vontade é grande de viver a poetar.

Fazer poesia é meu vício.
Meu divã... meu hábito profilático...
Continuo semeando rosas...
Faço isso em verso em prosa.

Assim venço os espinhos.
Semeio amor pra todo lado.
Venço a guerra...

Apago as tristezas...
Mostro da vida todas as suas belezas.

Com métrica e rima as palavras vão nesta tela branca aparecendo...
Nunca me canso desse afã...
Poetizando... pelo caminho da vida sementes de arte vou semeando.

⁠Privada de emoção

Às vezes sou mais forte que a tristeza...
Vejo no mundo todo a sua beleza.
Os sons musicais me fazem flutuar...
Me banho alegremente no luar.

O meu grito é de paz, amor e ternura
Sonho os mais belos sonhos que se pode sonhar...
Me encanto com as estrelas que iluminam minha noite escura...
Jogo pelo caminho sementes de magia...
Sigo escrevendo poesia.

Às vezes...

Pois em outras... sou a dor, o sofrimento, a agonia.
Sou os pés feridos... coração machucado.
Sou a escuridão das trevas que nunca se dissipam...
Sou uma vida privada de emoção.

Transformei meu pensamento em sentimento,
meu sentimento em pensamento.
Queria escrever...
são 40 mil anos de linguagem
e não consigo completar meu intento...
não encontro palavras pra expressar meu sentimento.

⁠Do futuro

Hoje – é tudo o que você tem.
O momento em que estás é único que podes desfrutar.
O amanhã? Bem, sorria e espere pelo nebuloso amanhã...
Suas alegrias... ou tristezas, ele mesmo trará... e...
A você, se adaptar, caberá.

Às vezes a vida é cheia de bobagem.
Chuva demais.
Estiagem.
Às vezes a vida é bem colorida...
Noutras... de um cinza opaco se veste a vida.

Há como adivinhar... o que o amanhã trará?
Não... nem cartas, nem búzios
E arte de adivinhar observando as serpentes –a Onicomancia –, que bela bobagem... a maior viagem...
De onde se tirou que se pode prever o destino de alguém pela observação das suas unhas – a Oniromancia?

Já houve outras mil maneiras de querer se adiantar... saber pelo que se vai passar...

E hoje, tal como em tempos passados, as pessoas, cada qual ao seu modo, têm necessidade de saber o que sucederá nas suas vidas.

Antigamente se recorria a uma grande variedade de objetos e situações, pra ‘descobrir’ o que trariam as novas estações....

E hoje?
Pelas cartas de Tarôt, astros, velas, números, búzios, moedas, runas, e pouco mais.
Podem eles predizer o que nos irá acontecer?

Eu... no presente sempre estou... o passado pra mim já passou... o futuro virá com o que tiver de vir....

A arte de adivinhar o futuro menos refinada, ou então mais oculta do que nunca!
Isso realmente não me ocupa a mente nunca...

Mas, se pra você, o futuro nas cartas pode ver... torço que só coisas boas veja acontecer 😉

⁠O tempo

Presa e suspensa no eterno crepúsculo que se tornou a minha vida.
O tempo passou sorrateiro...
Meio traiçoeiro... ou traiçoeiro por inteiro...
Me desacomodou.
As armas tirou.

Meu coração desalmou.
O tempo... lágrimas dos olhos derramou.
Me desequilibrou...
Numa enchente de dores me afogou.

Ah! O tempo... com esse seu ar de desdém...
Como uma torrente sem controle nem direção...
Vai arrastando tudo o que pela frente vem.

O tempo... não tem pena de ninguém.
Nem, na viagem da vida, calmamente espera por alguém.

⁠Renasce, esperança

Enterrei a angústia pela tua partida no lugar mais profundo do meu âmago.
Ando por aí desesperada, tentando embrutecer meu coração.

Olho pro mar... na sua imensidão.
Tenho medo do que poderá fazer em mim toda essa solidão.

Está lá bem no fundo a angústia.
Estou magoada.
E a saudade vem... vagarosamente seguindo meus passos.

Eu sigo.
Tenho medo de que ela me pegue nos braços.
... e não me largue mais.

Minha vida se prostra.
Lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Um gosto de puro desgosto.

O que eu queria?

Queria que a minha vida caminhasse sozinha.
Que tropeçasse pelas pedras... caísse... se machucasse... se levanta-se e se curasse.
Queria que a esperança renascesse.
Queria que a paz, a alegria, os dias bons a vida me devolvesse.

Quero demais?

⁠Saudades

Saudades de não sentir saudades.
Saudades de sentir felicidade.
Saudades do que não vivi.
Saudades do que jamais por mim tu irás sentir.

És o grande amor da minha vida.
Uma eterna rua sem saída.
Um desencanto...
Meu eterno pranto.

Chegaste.

A semente mais doce no meu coração plantaste.
Nunca regaste.
Não miraste com teus negros olhos o amor que em mim criaste.

Saudades... te afasta de mim.
Vai, segue o mesmo caminho que ele seguiu...
Aqui tu só dóis.

Vai... vai... imploro, por favor, e não volta nunca mais.

⁠Música no ar

Um despertar sonolento...
Da vida apenas mais um momento
Que se esvai nos raios de luz que o sol
Traz com o arrebol.

Alvorada... fria madrugada.
Tênue luz indefinida...
Amarelada... azulada?

Não há nuvens no céu.
A brisa é leve e suave.
Começa devagarinho o canto das aves.

Uma música no ar.
Alguém acordou com vontade louca de dançar...

É outro dia que se inicia...
O que trará de novo...
Medos... tristezas... ou alegrias?

⁠Amanhã... quem sabe...

Intolerável viver...
Vida – um eterno sofrer.
Chegarão dias de esperança?
Encontrarei forças pra sonhar?

Amanhã... quem sabe?

O céu num azul infinito se abra...
O sol meu corpo gelado aqueça...
O sentimento que até aqui me trapaceou...
Num sopro de ar desapareça...

Amanhã... quem sabe...

⁠No fim

Vida que passa... tal qual fumaça.
Amanhã... quem sabe... amanhã
O tempo passe mais devagar.
Consiga eu sentir o sol me abraçar.
O perfume das flores sentir no ar...
Colocar a tristeza no seu lugar...
Bem longe de mim.
Encontrar a luz que todos dizem estar no túnel... no fim.

⁠Fuligem

Chove um chuvisco de nada.
Partículas diminutas...
Quase parecem enxutas.
Caem no mar...
Pra lá, pra cá...
Às ondas salgadas vão se incorporar.

Labaredas de fogo no meu coração...
Gotinhas miúdas me deem a salvação.

Lavem minha tristeza.
Mostrem-me que há beleza
no mundo de fuligem
que insiste em me acompanhar.