Coleção pessoal de RafaelClodomiro

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Sou ato apaixonado

Se você fosse um
ato administrativo,
eu queria ser
sua competência,
sua finalidade,
sua forma,
seu motivo
e seu objeto.

Eu seria todo seus
requisitos de validade
pra te manter presente
na minha realidade.

E também
seria sua
presunção de legitimidade,
seria sua
imperatividade,
seria sua
autoexecutoriedade,
seria sua
tipicidade.

Eu seria seus atributos,
suas lindas qualidades
para não me tornar nulo
em nenhuma das nulidades.

Você administra eu,
eu requisito/atributo você.
Se o seu ato se perdeu,
meu ato vai te reconhecer.

Fica assim combinado:
você não me cassa,
não me revoga,
não me anula
que eu faço de graça
a minha outorga
ser só sua.

Ser pra sempre seu…
eu te darei este fato.
Você pegou o que era meu,
Eu te peguei no ato.

Por isso,
quero você para ser
o meu ato administrativo,
ato que pode ser conceituado
como a declaração do Estado…
do estado
em que eu me encontro:
sou ato apaixonado.

Ostentação do advogado

Advogado
não precisa usar
corrente de ouro
para ostentar
sua beleza.
Advogado
apenas usa
corrente doutrinária
para sustentar
sua defesa.

A ostentação oral
do intérprete legal
tem mais peso,
mais conceito
e mais moral
que qualquer
ostentação material.

Advogado
não se destaca
pelas escolhas caras
que ele faz entre um
terno e um automotor.
Advogado
realmente se destaca
pelas escolhas raras
que ele faz entre um
princípio e um valor.

Infelizmente, quem
somente ostenta
em meio a dinheiro e bens
não representa
a essência que tem.

Mas quem por conteúdo
sabe se comunicar
através do seu estudo
e empenho, este sim,
ostenta com tudo!

Licitação amorosa

Vou fazer uma Licitação
para contratação
de uma paixão
pro meu coração.

Mas o objeto a ser contratado
não tem um valor estimado.
Não sei se faço
concorrência, concurso ou leilão.
Não sei se faço
tomada de preços, convite ou pregão.

Já estou especificando no edital
as regras do procedimento licitatório.
Quero uma pessoa que seja igual
àquela do meu sonho ilusório…
aquela de linda personalidade,
pobre de maldade,
rica de bondade,
entre outras muitas qualidades…

Sei que está difícil, hoje em dia,
encontrar alguém de confiança
que te respeite na alegria
e na tristeza te dê esperança.

Por isso, uma Licitação
legítima e honrosa
ajudaria a selecionar
a proposta mais vantajosa
que eu deveria homologar.

E, se durante ocorrer
uma improbidade
ou ilegalidade
na Licitação amorosa
peço anulação
ou revogação
por conduta viciosa.

O único problema disso tudo é:
Se eu fizer uma Licitação
o julgamento terá que ser objetivo.
E se a melhor proposta
não combinar comigo?

Pode ser que a pessoa mais carinhosa,
bonita, meiga, simpática e generosa
não seja a ideal.
Todo coração é meio anormal
e completamente irracional,
não se vincula a nada!
Às vezes, a pessoa certa
é a pessoa mais errada…

Assim, pensando bem,
é melhor eu não fazer Licitação,
pois minha Licitação
é juridicamente impossível,
não compensa,
estou num caso de inexigibilidade
ou de dispensa.

É melhor eu abrir Sucessão
no meu coração
para atuação
da herdeira legítima.
Esta sim será a dona
da minha paixão
mais íntima!

Um bom partido

Não sei se sou um bom partido,
Nem sei se no seu partido
Eu faço filiação,
Só sei que você tem partido
O meu coração.

E todo coração partido
Tem o direito de partir
Pra outra.

Não caio mais na sua ideologia,
Não caio mais na sua militância,
Hoje eu vivo minha democracia,
Meu coração entrou em vacância.

Na vida, a gente tem que tomar partido
Mesmo com o coração partido.
E em decorrência da sua desfiliação,
Você perdeu seu cargo em comissão,
Acabou nossa coligação,
Já estou em outra eleição…
Fidelidade partidária é ilusão.

Entre o Partido Conservador
E o Partido Liberal,
Está partindo de mim
Ser mais moral.

O tempo não é meu adversário,
O tempo é minha prosperidade.
E o meu líder partidário
É o poder da felicidade.

Direito de não ter ciúme

O ciúme é um direito
inconstitucional,
pois ele fere o princípio
da dignidade
da pessoa amada.

Todo mundo
tem o direito
de não ter ciúme,
mas caso o tenha,
todo mundo
tem o dever
de não demonstrá-lo.

Porque
o ciúme nasce no chão
da insegurança,
é semeado no vão
do egoísmo,
erga-se no pão
da intolerância
e se apodrece,
então,
na falta de compreensão.

E não existe ciúme bobo…
bobo é quem o sente.
Pois nenhum ciúme
é inocente,
nenhum ciúme
é decente.

O ciúme corrói
o bom sentimento.
O ciúme destrói
todo amadurecimento.

Se o ciúme for um direito natural,
a natureza humana está mal.
E se for por costume
que o homem
consome
o ciúme,
estamos mal também
de “bons costumes”.

Pra que defender o ciúme
se o ciúme não segura
relacionamento?
Pra que fortalecer o ciúme
se o ciúme só segura
o desentendimento?

Gente ciumenta
que perturba, que distorce
a realidade
é u ó!
Gente ciumenta
que sofre, que se maltrata
e se transforma
dá dó!
Ciúme não torna
ninguém
melhor!

Todo ciumento será condenado
(pelo seu próprio ciúme) a ser o
réu
dele mesmo.
Todo ciumento tende a achar que
(através do ciúme) torna alguém
fiel
a ele mesmo.

Por isso,
o ciúme é um direito
inconstitucional,
pois ele fere o princípio
da dignidade
da pessoa amada
e também,
o princípio da dignidade
da pessoa enciumada.

Eles foro privilegiado

Eles não podem ser presos, salvo
em flagrante de crime inafiançável.
Mas o processo que os condenarão
por todos os crimes cometidos
tem chance de ser paralisado por decisão
da maioria dos parlamentares “amigos”.

É, eles foro privilegiado!
São invioláveis, civil e penalmente,
pelas opiniões, palavras e votos
em razão do exercício do mandato.
“Imunidade material” é pra poucos!
É o direito que eles têm de imediato
pra ofender e xingar os outros…

É, eles foro privilegiado!
E não é qualquer órgão que pode
julgá-los…não é qualquer um…
tem que ser um específico Tribunal
de juristas nomeados politicamente,
que gera a dúvida do que é imparcial
quando o igual é tratado desigualmente.

É, eles foro privilegiado!
Mas, o que será que eles têm
que o cidadão comum não tem?
O que vale mais neste caso:
o cargo, a função ou a pessoa?
Se com a dignidade fazem descaso,
então ela está na Constituição à toa?

Sim, eles foro privilegiado!
Todo mundo nasce igual, mas…
desde a expedição do diploma
assim que se coroam “parlamentar”,
eles se revestem de imunidades,
um privilégio que adoram ostentar
pra mascarar suas irregularidades…

Sim, eles foro privilegiado!
E dói pensar que “imunidade” parece
(graficamente) com “impunidade”.
A diferença é um “P” de “Parlamentar”,
um “P” de “Por que, meu Brasil!?”
Um “P” de “Pra lamentar”.
Um “P” de “Puta que Pariu!”:
Sim, eles foro privilegiado!!!

Direito à Solteirice

Todo homem nasce livre
até que a morte o obstrua.
Se você escolheu se compromissar,
a culpa é sua!

Os casados e namorados
vivem uma liberdade condicional,
ou seja, continuam ainda condenados.
Enquanto os solteiros
vivem uma liberdade assistida
por aqueles que estiverem interessados.

Porém, às vezes,
por mais que o “compromisso” nos atice,
é sempre legítimo o direito à solteirice
em todas as idades e ocasiões,
em todas as fragilidades e corações.
É cabível a todos sem prescrições.

Mas tudo é opcional.
Ninguém é obrigado
a ser igual.
Obrigado mesmo
a quem respeita
o desigual.

O direito à solteirice
origina-se
do direito à liberdade.
Este consiste em ir, vir e permanecer
onde quiser.
E aquele consiste em estar, ficar
ou permanecer solteiro
onde der.

Solteiro
vem da palavra solto.
E solto
vem da palavra Sol.
Então, o sol-teiro
veio pra brilhar
por inteiro.
Veio pra se sol-tar
de verdade.
Sol-teirar
à vontade.
Só inteirar
sua metade.

Contudo, no fim,
o solteiro fica com quem
e pra quem
ele se rendeu.
Se eu ficar pra titia…
é direito meu.
Ou é problema meu?
Bom… não sei, só sei
que a conclusão que se faz
é que ser solteiro é mais
que um estado civil,
é um estado de paz.

Malhação do Estudante de Direito

A atividade física do Estudante de Direito
é na Academia dos Conhecimentos.
Lá ele aprende a manter uma boa forma
para fortalecer e definir seus argumentos.

Quando o Estudante malha regularmente,
ele entorpece seu raciocínio, exercita a mente.
Deste modo, seu metabolismo fica acelerado
aumentando os músculos do seu aprendizado.

As fontes do Direito auxiliam nos exercícios:
costumes e princípios são os aquecimentos,
pegam-se as leis para fazer os alongamentos,
com as doutrinas evolui-se nos movimentos
e a jurisprudência serve como suplemento.

Pra ser forte é preciso emagrecer a ignorância
e deixar os neurônios turbinados e inteiros.
Cérebro de Estudante de Direito não pode ser fraco,
tem que ser marombeiro!

Quando o Estudante de Direito diz “Eu malho”,
na verdade, ele quer dizer “Eu estudo”,
pois sabe-se que o fundamental é o conteúdo.
E estudo, é quase tudo.

Mas o cérebro não sobrevive só de musculação,
necessita também de uma boa nutrição.
Para ter uma vida saudável deve-se unir
conhecimento, ação e um coração sempre a expandir!

Teoria do Risco criado

Quando te vi,
Foi encantador demais...
Ainda não te conhecia,
Mas era tudo previsível...
Seu charme estridente,
Seu sorriso indecente,
Seu corpo reverente...
Mostravam que você tinha
Risco inerente!

Quando me envolvi,
Foi tarde demais...
Em você eu me conhecia
Apesar de ser imprevisível...
Seu carinho devido,
Seu beijo exibido,
Seu prazer deferido...
Faziam a gente apresentar
Risco adquirido!

A culpa então foi concorrente,
O grau de culpabilidade era evidente,
Só não sei quem foi a vítima
E quem foi o agente.

E naquela consumação,
Não existia prevenção
Ou contra-indicação.
Era para acontecer
Conforme o nosso dever-ser,
Queríamos que fosse assim
E deveria-ser assim.

Pois quando se ama
Não se dá importância
Ao perigo que está ao nosso lado,
Só depois a gente percebe
A Teoria do Risco criado.

E foi tudo mesmo arriscado,
Mas assumimos os riscos
E os danos causados
Pela periculosidade
Adquirida e inerente,
E fica assim combinado:
Você responde pelo amor procedente
E eu respondo pela felicidade da gente.

Deus e o homem

Deus ergueu a liberdade,
o homem, a escravatura.

Deus expandiu a bondade,
o homem, a tortura.

Deus abraçou a caridade,
o homem, a ditadura.

Deus triunfou a verdade,
o homem, a desventura.

Deus olhou a imensidade,
o homem, a censura.

Deus coroou a afetividade,
o homem, a frescura.

Deus garantiu a amizade,
o homem, a ruptura.

Deus moldou a simplicidade,
o homem, a fartura.

Deus promoveu a humildade,
o homem, a descompostura.

Deus trouxe a prosperidade,
o homem, a armadura.

Deus focou na cumplicidade,
o homem, na travessura.

Deus se estende na longevidade…
o homem, na sepultura.

Eleição amorosa

Sou candidato para investidura e provimento
no seu coração por meio de um belo sentimento.
Ou você me elege com sensatez,
ou me deixa de fora de vez.

Seu voto é obrigatório
Seu afeto é facultativo.
Quero saber a sua intenção
sem te forçar a ficar comigo.

A virtude compõe minha instância superior,
pra receber seu voto não preciso ser ilegal.
As pesquisas podem não estar ao meu favor
entretanto, não ofendo a Justiça eleitoral.

Na sua democracia representativa,
você é responsável por suas escolhas.
Eu sou apenas uma opção intuitiva
que pode representar coisas boas.

Mas, não sou objeto de propaganda,
não tenho slogan, nem faço promessa.
Por minha transparência se demanda
a essência que de mim se arremessa…

Seu futuro é proporcional às suas ações
e a vida te oferece dois diferentes cenários,
o primeiro e o segundo turno são opções
pra confirmar se eu sou, para você, majoritário.

Seu título eleitoral te atribui competência,
e caso não tomar uma decisão
outros tomarão por sua omissão
e não há justificativa para essa ausência.

Saiba que eu espero um extenso mandato,
e coloco meu amor disponível neste ultimato:
Ou você me elege com sensatez,
ou me deixa de fora de vez.

Só não quero ser vice e nem suplente,
pois não sou substituto de ninguém.
Nasci para ser eleito, ser competente,
e governar a felicidade de alguém!

Conciliação amorosa

Você me intimou
com seu olhar,
e eu compareci
na audiência
de conciliação
dos nossos direitos.

Em juízo,
você contestou,
me interrogou…
e dentro da ação
ajuizada
você perdeu
o juízo,
me deixou
sem palavra,
mas mesmo assim,
não foi condenada.

Pois não se condena
os altos
e baixos
de um casal.
Existem autos
e baixos
sem decisão final.

Existem causas
pedidas
e examinadas.
Existem causas
perdidas
e não encontradas.

E o caso de um casal
que se ama,
é por acaso, casual,
bem comum
ter discussões eventuais,
conflitos normais,
que se ajeitam
de forma conciliadora,
de modo verdadeiro.
Ele mediador,
ela mediadora,
sem terceiro.

E assim,
o casal
conciliam
suas vontades,
conciliam
suas verdades,
conciliam
suas vaidades,
sob a sentença
da tolerância,
da paciência
e do respeito.

E desse jeito,
resolvem
sua demanda…
se der, manda…
Se não der, ama!

Não sei se viro Advogado,
Se viro Defensor ou Promotor.
Não sei se viro Magistrado
Ou se viro Procurador.
Posso também virar Delegado,
ou quem sabe Professor?

Não sei se viro Policial
Se viro Oficial de Justiça ou Perito.
Não sei se viro Auditor Fiscal
Ou se viro Analista Administrativo.

Não sei se viro Pesquisador,
Consultor, Diplomata ou Tabelião.
Até mesmo Desembargador
Ou Ministro...Não sei se viro não.

Não sei se viro isto ou aquilo...
Não sei se me arrisco ou sigo o meu estilo.

Talvez uma carreira agitada ou algo mais tranquilo.
Não sei... Não sei se viro ou me desviro.
Só sei que tenho que terminar
O curso de Direito,
Depois eu me viro!

Poemas erga omnes

A Lei erga a norma,
a norma erga o direito,
o direito erga a necessidade
e a necessidade erga omnes…
Ou melhor dizer:
a necessidade erga homens…

Aquilo que atinge a todos depende
do alcance da decisão vigente
nas questões de caráter abrangente.
Tudo aquilo que não fica entre a gente
se espalha, se multiplica, se estende…
tem efeito vinculante que nos prende.

Eu nunca fui contra todos,
mas contra mim sei que existem bastantes.
Eu procuro ser o melhor com todos,
mas muitos preferem ser apenas litigantes.

A intenção é sempre ir além.
Além da falácia
dos homens.
Além da audácia
dos montes.
Além da eficácia
erga omnes.

Além disso…

Nada é maior do que os nossos ideais.
O mundo não precisa de erga omnes,
o mundo precisa de erguer os homens
para deixarem de serem tão desiguais.

Atentado violento ao amor”


Qualquer atentado ao amor, forte ou leve,
qualquer ato que o afronte,
já é por si só, muito violento!
Pois o ferimento e a dor não ficam na pele,
ataca-se nossa principal fonte,
o nosso mais puro alimento!

Quando o amor se manifesta, ele se espalha.
Interrompê-lo é uma grave ofensa,
não é admitido sequer a tentativa!
Quem ama protege e permanece na batalha
para não deixar sua eficácia suspensa,
o amor é a única norma progressiva!

Então, não cabe interferência no direito de amar,
o amor não se restringe ao indiferente,
dele que o verdadeiro Poder vem emanar.
Por isso é crime hediondo impedir o amor de prosperar.
E como pena, o agressor automaticamente
se aplica a pior das sanções, o não-amar.

Quem garante a livre convicção
e o senso de justiça perfeito?
Se toda regra induz uma exceção,
quem somos nós para fazer Direito?

Estudamos, a princípio, a Ciência Jurídica
como uma unidade sistemática, robusta e coerente.
Porém, nossos pensamentos e ideologias são flexíveis,
não são como normas aplicadas em superfície carente.

Chame o legislador, o doutrinador, o professor…
quem tem razão quando o mundo é controverso?
Onde está a corrente majoritária ao nosso favor?
Qual a solução para o contraditório inverso?

A nossa causa de pedir fundamenta-se no saber ilimitado,
quem é aprendiz não se convence com o trânsito em julgado.
Nós somos a prova principal do mais importante inquérito,
pois temos no princípio da dignidade o nosso mérito.

A cada instância da vida, agravamos nossa vontade de sorrir.
E diga-nos: qual legitimado não tem esse interesse de agir?
A certeza não é o julgado procedente à argumentação,
a única certeza é a dúvida que nos leva à reflexão.

Com base nas cláusulas pétreas fortalecemos a boa-fé
e de ofício alcançamos voo além da previsão legal.
Toda a ética profissional entregamos sem contrafé,
pois não vivemos pelo litígio, e sem pelo convívio com a paz social.

Quem garante a livre convicção
e o senso de justiça perfeito?
Se toda regra induz uma exceção,
quem somos nós para fazer Direito?
ou melhor,
quem somos nós para NÃO fazer Direito?

Somos vários cidadãos e uma sociedade,
somos todos intérpretes da solidariedade,
somos os direitos e deveres da legislação,
somos pura assistência, a sábia proteção.

Nós somos pedaços de um ‘Vade Mecum’ sem final,
nós somos os capítulos da Doutrina atual,
nós somos a prudência da sentença judicial,
nós somos a esperança do que for constitucional!

A nossa amizade
tem existência, eficácia e validade.
Talvez seja decorrente
de um negócio jurídico
bem feito e permanente…
muito benfeito para a gente!
Pois a nossa amizade
representa um contrato de verdade:
tem cláusulas de afinidade
sob o princípio da lealdade.
Tem objeto lícito, agente capaz
e um super acordo de vontade!
E não importa a forma,
prevalece nossa cumplicidade!

Nossa liberdade de se ajudar
se dá de ofício, de imediato,
porque nós cumprimos
a função sentimental do contato…
e de tanto contato pessoal,
nosso simples contrato
se tornou direito fundamental.

A nossa amizade
não tem condição, termo ou encargo.
A nossa intimidade
está livre de qualquer embargo.

Seja familiar ou afetiva,
toda legítima amizade,
é um seguro de vida
e um passaporte para a eternidade.

E não há lei que ampare
a nossa amizade
em alguma definição.
E se ela for inconstitucional
que se altere a constituição!

Uma verdadeira amizade
não prevê nulidade
relativa e nem absoluta.
Uma verdadeira amizade
torna-se propriedade
não resolúvel, é pedra bruta!

Quero ter um caso concreto
com você,
mas não quero que seja divergente,
quero uma só corrente
que entrelace as boas intenções
da gente.

Quero mesmo ter um caso
concreto
com você.
Mas não é "concreto" de cimento,
é "concreto" por ser real,
tendo como norma de fundamento
a de eficácia plena ao casal.

Quero viver um caso concreto
com você.
E a gente chamará este caso
de nosso caso,
caso você queira, é claro.
Só não sei se "a gente"
é pronome do caso reto
ou do caso oblíquo.
Ou de nenhum dos casos?
É, talvez eu esteja criando
caso à toa...

Mas não!
Você é o maior CASO
que eu quero
e espero
na vida.
De todos os CASOS
que eu já vivi
você não é
despedida.

Com base na minha carência,
te quero com tanta urgência
que o meu caso parece
caso de polícia.
Se eu não me policiar,
te prendo em mim
comigo dentro
sem chave
e sem chance
de livramento.

Então, você já sabe que eu quero
realmente,
ter um caso concreto
com você.
E neste caso,
por acaso,
quem sabe
eu caso.