Coleção pessoal de niiiramone

Sua existência era uma desculpa suficiente para a justificativa da criação do mundo inteiro.

O tempo passa.
Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sob um hematoma. Passa do modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa.
Até para mim!

Mesmo eu lutando pra não pensar nele, eu não lutava pra esquecê-lo. Eu tive medo que - tarde da noite, quando a exaustão pela falta de sono quebrasse minhas defesas - que eu acabasse me dando por vencida. Eu tive medo que minha mente fosse como uma peneira, e que algum dia eu não lembrasse mais a cor exata dos seus olhos, a sensação do toque da pele fria dele, ou da textura da voz dele.
Eu podia não pensar nisso, mas eu precisava me lembrar disso. Porque só havia uma coisa na qual eu precisava acreditar pra ser capaz de viver - eu precisava saber que ele existia. Isso era tudo. Tudo mais podia ser suportado. Contanto que ele existisse.

Você realmente tem alguma ideia do quanto é importante para mim? Algum conceito do quanto eu te amo?

Você é a coisa mais importante para mim agora. A coisa mais importante para mim para sempre.

Eu podia ver nos seus olhos, que você honestamente acreditou que eu não te queria mais. O conceito mais absurdo, mais ridículo - como se houvesse alguma forma de eu existir sem precisar de você!

Tome conta do meu coração, eu o deixei com você.

Quanto mais você ama alguém, menos sentido as coisas fazem.

A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande.

Você me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo.

Você está vivo. Esse é o seu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho.

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

Há pessoas que a gente gostaria muito de largar, mas por quem não gostaria de ser largado.

Tem dias que nem deviam ter, outros dias que valem por um ano.

Cada um é seu dono e seu dano. Cada um tem seu sonho e seu drama.

"Não fale, amor. Cada palavra, um beijo a menos."

O amor nos tira o sono, nos tira do sério, tira o tapete debaixo dos nossos pés, faz com que nos defrontemos com medos e fraquezas aparentemente superados, mas também com insuspeita audácia e generosidade. E como habitualmente tem um fim - que é dor - complica a vida. Por outro lado, é um maravilhoso ladrão da nossa arrogância.
Quem nos quiser amar agora terá de vir com calma, terá de vir com jeito. Somos um território mais difícil de invadir, porque levantamos muros, inseguros de nossas forças disfarçamos a fragilidade com altas torres e ares imponentes.
A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura.
Às vezes é preciso recolher-se.

Não importa quanto tempo já se passou: eu sou a mesma, o amor é o mesmo, e a esperança.

Estou cansada. Vazia. Desgastada, o coração desgasta de sofrer, sei disso.

Canção das mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher.