Coleção pessoal de MarcoARCoura

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Dor

Como passa o passarinho
Passeando pelo jardim
A dor também é passageira…
Pode acreditar em mim!
Dissipando-se a cada passo
Logo se torna passado…
Se ela tem o seu começo
Também há de ter seu fim

Flauta doce

Em frente àquele shopping
Aquele homem tocava
A sua antiga flauta doce

E era gente que entrava
E era gente que saía…
E era gente que comprava
E era gente que vendia…

E em frente àquele shopping
Entre aquele vai-e-vem
Parecia que aquele homem
Não se importava com ninguém

Simplesmente ele tocava…
E tocando, encantava

Que bom se esta vida fosse
Como o fascinante som
Daquela antiga flauta doce.

VIAGEM

Alguns migram, vão embora
Outros se mudam para cá...
Alguns não sabem se voltam
Outros vêm sem avisar.
Alguns partem por vontade
Outros por necessidade

E tantos são os motivos
Que fazem a gente migrar
Por saúde, educação,
Reunião familiar...
Por trabalho ou investimento,
Esperança ou desalento...
Por cultura ou religião,
Por refúgio ou diversão...

Nessa vida de migrantes
De chegadas e partidas
Nós estamos de passagem

Não sei quando irei partir,
Mas quando eu me despedir,
Deseje-me boa viagem.

AMIGO

Amigo incondicional
Verdadeiro companheiro
Às vezes, despreocupado,
Descansa bem ao meu lado.

Festeja a minha chegada
Chora com minha partida
Um parceiro confidente
Inestimável presente.

Nunca vi tamanho amor...
Não mereço tal carinho.
Meu amigo é um cachorro
Conhecido por Floquinho.

Inverno

Há tanto frio no corpo
Por falta de um cobertor…
Há tanto frio na alma
Por ausência de amor.

Semente

Plantei fecunda semente
E cuidei com muito amor
Formou-se densa roseira
Que gerou formosa flor

Contemplando tal beleza
A emergir da natureza
Coloco-me a meditar...

Mal consigo acreditar
Mas tem gente que insiste
Em duvidar que Deus existe

Que neste mundo reticente
Deus seja o semeador
E eu possa ser semente.

Afinação

Se em apenas sete notas
Cabem todas as canções
Quanto amor deve caber
Entre tantos corações?

Mas tanto para canções
Quanto para os corações
Existe uma condição:
Há que se ter afinação.

Revelação

Amizade não se escolhe
Apenas nasce, se revela…
E por ser tão espontânea
É também assim, tão bela!

Disputa

Em um jogo eletrizante
Um ganhou, outro perdeu.

Uma equipe era meu medo…
A outra equipe era eu.

Engraxando sonhos

– Vai uma graxa aí, seu moço?
Dou um trato, no capricho!
Por um preço bem barato
Eu renovo os teus sapatos.

– Por favor, o outro pé,
Que este já está beleza!
Só mais cinco minutinhos
E termino, com certeza.

- Prontinho, já pode ir!
Prossegue a tua viagem!
E se precisar de mim
Estarei nestas paragens.

– Eu só lustrei teus sapatos...
Deus renovará teus passos!
E em meus sonhos, caro amigo,
Também seguirei contigo.
...
– Vai uma graxa aí, seu moço?

Movimento

Vento...
Que move as nuvens lá no céu...
As dunas lá no deserto...
E as ondas lá no mar...
Que tal levar a agonia
E trazer de volta a alegria
Escondida em algum lugar?

Sem volta

A água escorre lá na bica
Tal como escorre o tempo…

Depois ela flui rio afora
Assim como flui o tempo…

Então a água evapora
Como evapora o tempo…

Daí chove e a água volta…
Quão diferente é o tempo!

Distância

Por mais que esteja bem longe
O amigo estará por perto.

A distância do sentimento
Não se calcula em extensão…
Ela se mede é com o coração
E os braços sempre abertos.