Coleção pessoal de Gracaleal

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⁠Concluo quando a Lua voltar

À espera de outra noite enluarada
Para ceder a sombra que faz luzir as nossas silhuetas à beira mar
Para deixarmos a alma bailar
No cenário, o balé do coqueiral
O sopro da brisa sussurrando desejo
O momento é emoldurado pelo horizonte
Nada à volta promove o medo
De atravessarmos, no toque, as nossas pontes

⁠Então tá, né, começou 2021. Valendo. Afinal, o ano só começa depois do carnaval.

Mas como assim se, na prática, nós não saímos de 2020!!!!

Pandemia, descaso com a importância da vacinação, desprezo pelas vidas, desrespeito pelas mortes.

O esgoto político federal continua a céu aberto. A podridão da politicagem continua sendo o norte dos covardes com poder de direcionar a vida do país e dos brasileiros. A democracia sendo descaradamente ameaçada e grande parte da sociedade segue firme, integrada, participativa e feliz sob os efeitos da alienação explícita que, há décadas, dita as regras do entretenimento, já na tenra idade dos novos anos.

⁠... e quando a pandemia passar, tudo que foi saudade se torne ações permanentes. Que tenhamos nos curado da epidêmica prática de adiarmos a manutenção dos sentimentos, banalizando a falta de tempo e priorizando o tempo que produz faltas

Fiz mais uma visita ao infinito. Trouxe souvenirs para todos vocês, na bagagem. Alguns dos mimos que no imaginário vocês receberão são a certeza de que lá é o lugar dos sonhadores que administram bem os pés no chão, neste mundão. Lugar onde os bem intencionados de alma são reconhecidos de imediato e não precisam portar um crachá. Onde os amantes são bem vindos e os que declaram amar alguém convencionalmente devem responder um questionário que irá avaliar a extensão da infiltração da carência afetiva, da dependência emocional, do medo da solidão, do egoísmo e do individualismo nos seus sentimentos os quais atuam na relação que encanta e inspira a plateia, acompanhada ou não dos seus amores,hipócrita e/ou infeliz, à volta.

Eu trouxe também um certificado a mim concedido, carinhosamente, no qual eu sou reconhecida como alguém que, apesar de uma vida corpórea, terá livre acesso ao espaço eterno sempre que desejar transcender, simplesmente por eu ser capaz de volitar sem o medo de não ter uma cordinha para ser resgatada ao mundo real do ser humano quando o tempo para vivenciar o desconhecido da imensidão for ampliado, só porque me deixo fluir entre as estrelas com leveza, sem desconfiança, sem insegurança e sem pressa. Me entrego ao universo reluzente e sonho. Por me permitir ser livre para fazer esta viagem sem me preocupar com o que vão pensar os fracos, os sãos insanos e os manipuláveis terráqueos materialistas ao extremo.

⁠Quanto mais assiduidade na manutenção da vida cênica exposta, exclusivamente, para atender a vaidade interior do protagonista, bem como para atender a curiosidade da plateia cheia de vazios, maior é o dano que a realidade causa ao ser humano, no palco da vida

⁠As pessoas que te cercam acrescentam como adubo ou lama à terra que você semeia os seus sonhos?

⁠É muito glacê, que a maioria não aprecia e descarta, se achando a cereja do bolo. Esta, sim, muito disputada. O mais impressionante é a ausência de preocupação com o recheio

Porcos não nadam nas águas límpidas de um lago, assim como os cisnes não rolam no chiqueiro. Os cisnes são apreciados e costumam compor lindas imagens artísticas. Porcos são abatidos. Os saudáveis servem de alimento

⁠A humildade oportunista é deprimente

⁠Que a vasectomia sirva como estímulo à responsabilidade sociopaternal

⁠Quando a futilidade dita as regras em determinados segmentos da sociedade, alienar-se é uma forma de rebelar-se para proteger o próprio intelecto e mantê-lo o mais autônomo e sadio possível.
Tudo que é disponibilizado para todos agrega o direito ao desfrute por todos. Contudo, não é uma obrigação de todos se prestar à disponibilizar-se ao usufruto de tudo, por ser um direito.
O marketing tem o poder de naturalizar os efeitos daninhos das suas investidas. Afinal, ele vive da fragilidade da nossa massa cinzenta e da nossa disponibilidade para sermos conduzidos estrategicamente a fim de atendermos ao seu chamado.
Quando os feitos das suas investidas são benéficos, o passo seguinte é alterar a qualidade, porque a fidelidade da massa já foi alcançada.

Cadê a minha bolha?!?!?!

⁠Tanto quanto a energia, o que move o mundo é a ilusão que conduz o ser humano

⁠Maturar é conquistar a liberdade de poder agir conforme a demanda dos acontecimentos à volta sem o compromisso de acertar ou agradar por conveniência. É movimentar-se com autenticidade. É não precisar dar muita explicação.
Maturar é não ter medo de ser quem somos e conseguir viver sem culpas. É escolher fazer ou não fazer, e tudo bem com a consciência.
É poder colocar o fone nos ouvidos para ouvir música quando alguém quer te ofertar um sermão. Ou optar por ouvir o sermão ouvindo música, por piedade do sem noção.
É não ter que prestar contas do direito de ser livre, na vida e na intimidade.
É, enfim, ser um indivíduo na plenitude do seu âmago. Contudo, ser um eterno prisioneiro da verdade e não abrir mão da cumplicidade nas relações, enquanto elas durarem.
Maturar é agir, seja com rigor da razão ou com a leveza do amor, mas tendo sempre paz no coração, e a certeza de estar doando o melhor de nós.

⁠Um desafio para o ser humano - entender o tempo do Tempo, aprender a observar as ações do Tempo e fazer bom uso do tempo que não é consumido pela falta de tempo, enquanto há tempo para o Tempo se fazer entender.
Também é possível resgatar parte do Tempo perdido, mesmo que haja pouco Tempo para vivê-la

⁠Nas relações, a cultura da culpa obriga o indivíduo, não raramente, a ser infeliz e incompleto intimamente, porém um hipócrita feliz, socialmente.
O respeito que deve haver entre as partes nunca exigiu a renúncia da liberdade natural do ser humano, mas a responsabilidade no trato com ela.
Se cultuássemos o aprendizado a cada experiência de vida, aprimoraríamos as relações, evoluíriamos com mais qualidade e com mais leveza. Um suposto progresso à base do peso na consciência não é evolução é adestramento, e que, em geral, vem da referência de valores pregados por terceiros os quais estão presos à doutrinas advindas de instituições produtoras de padrões comportamentais a fim de que estes auxiliem na sua sustentação.

É o outro quem decide por você o que te faz bem?

A felicidade não deve ser tratada como um hábito obrigatório e padronizado, mas como uma possibilidade constante. E ela pode ser encontrada em qualquer lugar ou circunstância. Pode proporcionar prazer sem que para isso o fantasma da culpa seja convocado nos momentos de conveniência emocional.

Respeite a sua liberdade e seja você a razão para tratá-la com responsabilidade.
É possível ser livre sem culpa.

⁠As relações são dotadas de sinais que estão embutidos nos detalhes. Nas pequenas coisas, é possível identificar a sintonia ou a dissonância entre as partes. No quase imperceptível, encontra-se a base de sustentação do inevitável ou do conveniente.
Nem tudo é tão óbvio. Nem tudo precisa estar visível para existir. Mas tudo está aí, para quem quiser entender. Para quem quiser se nutrir de percepção e realidade

⁠Que a minha loucura me conserve por mais alguns anos. Ainda preciso cometer algumas insanidades e conto com a resistência do meu hospício interior, que é onde estão abrigadas todas as minhas personas desvairadamente normais, para que eu possa me manter loucamente sã. Em total desequilíbrio com a hipocrisia do meio

⁠O que é mais lamentável e desanimador em uma sociedade não é o fato dela acreditar em político mau caráter é se identificar com ele

⁠Se, pela falta de alternativa, não puderes dizer o que pensas, o que sentes ou a verdade, minta para si

⁠Loucos

Loucos vivem mais leves
Loucos desconhecem a hipocrisia
Loucos inventam personagens
Loucos têm na alma autonomia

Loucos viajam pelo espaço
A qualquer hora, sem foguete e sem bilhete
Conversam com os trovões e com as estrelas
Tomam a vida como um delicioso sorvete

Loucos são muito desligados
De tudo que demanda neurose
Exigir dos loucos estabilidade
É desconhecer o valor da metamorfose

Loucos podem ser naturais
Loucos também são construídos
Loucos se multiplicam diariamente
Loucos não devem ser contidos

A loucura é a liberdade plena
É uma defesa da obsessão dos sãos
Estes de tão convencionais adoecem
Vagam pelo mundo repreendendo irmãos

Que a loucura tome todas as cabeças
Não há mais espaço para mentes premeditadas
Os loucos clamam por um mundo mais real
Com a extinção das falsas mentes imaculadas

Enlouqueça você, enquanto há tempo
Desfrute do seu hospício interior
Tudo é permitido sob o equilíbrio do coração
O devaneio não precisa de um censor