Coleção pessoal de gamalielmoreira

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Alienígena

Eu venho de um mundo onde a gentileza era rainha e, o amor era seu cetro.
Eu venho de um mundo onde tratar bem era um dever.
Eu venho de um mundo onde a maior riqueza era a liberdade.
Eu venho de um mundo onde a família amparava.
Eu venho de um mundo onde a dor era sentida por todos.
Eu venho de um mundo onde havia fé.
Eu venho de um mundo onde os idosos eram os de maior valor.
Eu venho de um mundo onde crianças eram sagradas.
Eu venho de um mundo onde só se matava pra comer.
Eu venho de um mundo onde às mulheres ficavam felizes com flores.
Eu venho de um mundo onde os amigos eram amigos.
Eu venho de um mundo onde o elogio era puro.
Eu venho de um mundo não sei onde estou.
Eu vivo num mundo desgovernado, cuja bandeira é o ódio.
Eu vivo num mundo de barbárie.
Eu vivo num mundo escravizado.
Eu vivo num mundo sem proteção.
Eu vivo num mundo de egoísmo.
Eu vivo num mundo sob efeito de calmantes.
Eu vivo num mundo sem o passado.
Eu vivo num mundo profano.
Eu vivo num mundo onde o sangue corre caudalosamente pelas vielas.
Eu vivo num mundo dominado pela luxúria.
Eu vivo num mundo sem ninguém.
Eu vivo num mundo de mentiras.
Eu vivo num mundo não sei pra onde vou.

Cultura de massa
Amassa a massa, se não ela te devora
A massa amassada não te amola
Pisa na massa sem massa
Depois manda embora
Pois, massa amassada é tostão
Vale ouro na praça sem graça
Massa sem direção.

Se eu fosse um homem, mais seguro seria.
Se fosse homem não teria medo do que a língua do povo diria.
Se fosse homem seria mais sol.
Tocaria o paraíso por mais pecado que tenha cometido.
Abraçaria o mundo sem de ser...
Agredida
Amarrada
Exposta
Maltratada
Humilhada
Assediada
Queimada
ESTUPRADA
Morta e jogada na vala
Baleada
Sufocada
Esfaqueada
Chutada, traída, desprezada.
Abandonada feito lixo na estrada.
E depois de tudo ainda ouvir que sou CULPADA.
Que não fui eu que apertou o gatilho, mas é minha culpa ter recebido a bala.
É minha culpa porque quando tive medo, gritei; também é minha culpa ter ficado calada.
Não fui eu que planejei ser morta na frente dos meus filhos, mas fui eu que me apaixonei por um canalha. Culpada.
Então vamos e convenhamos, com uma saia dessas como não ser assediada?
Com esse copo de bebida na mão pediu pra ser estuprada.
Aumentou a voz para o marido e não quer apanhar na cara?! Fique calada! É tudo culpa sua. Mais uma vez, culpada.
Porque não sou um cara.
Não tenho barba
Nem tanta força
Nem as piadas constrangedoras.
E quando penso que caço, na verdade sou presa fácil do macho viril e sagaz
De uma sociedade inteira que julga, cospe e amaldiçoa.
Desrespeita, escarnece e não perdoa, seja menina, mulher ou moça é sempre CULPADA
Nunca tem razão
Se nasceste fêmea, é digna apenas de impureza, incompreensão e opressão.

""São necessárias lentes gigantes para enxergarmos o que está muito distante, mas são as pequenas lentes que nos revela o que está ao alcance das mãos."

"Quem mais erra, mais está propício a felicidade."

Paixão

Pronto, paredes pintadas com tinta transparente transferem a permanência da Essência original de um livro malditado, escrito a mão, no escuro, por um poeta míope, sobrecarrega uma estante da biblioteca central de um ciclope chinês formado em Harvard, preso a laços de grandeza que torna pequeno o maior dos deuses gregos.

Os olhos de Argos ornamentam a calda do pavão do Edinardo, expondo a futilidade das paixões, na escura noite de muitos olhos, olhares frios, vazios, braços entrelaçados sustentam o sol que assustado não quer nascer, retardado por uma nuvem de pedra acabar por vomitar um reluzente raio no rio de ferro que corre para o tártaro.

Pombas de aço trazem a paz em suas delicadas asas, e depositam seus ovos de Colombo sobre a Amazônia.

Muito sangue, tocou o celular.

(Leila Magh, novembro de 2018)

DESGOSTO
Repentinamente o frio, teu “corpo” encheu o ambiente, me inquietas, me tiras o sono.

Sinto tua aproximação, tu rastejas por entre as folhas secas, furtiva como uma serpente à espreita, tua sinuosidade me seduz.

Essa atmosfera sombria, me apavora.

O que queres de mim mercador da dúvida? Por que não descansas como todos os demais? Sussurra-me nos ouvidos, me dizes algo que não preciso saber.

Meu corpo estremece a cada palavra tua, a cólera se apossa do meu ser, não consigo acreditar no que vejo com teus olhos, dói meus ouvidos, a incerteza é agora a imperatriz suprema.

Era apenas a folha de um velho diário, manchado com café e, com forte odor de tabaco, com palavras que não consigo compreender, não me esconda o lixo, ele fede, se denuncia.

Mostra-me teu jardim, as tuas flores, as ervas daninhas e, os espinhos que cortastes com teus dentes, não me esconda nada.

Enxergo o oculto e, o inimaginável por meio dos teus pensamentos, escuto, mas não queria ouvir essa mensagem de falsidade, volta para teu umbral, alma penada, que a mim nada acrescentas.

Me deixa em paz com essa ilusão.

Se me escondes a verdade, não sei o que dizer, rogo a Urano, traga chuva, molhe a terra mais uma vez, faça minha semente germinar.

(Leila Magh, outubro de 2018)

A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.

O vício tem somente como recompensa o arrependimento.

"Alcaçuz agora é prova viva da morte, sangue, gritos e um vazio de almas. Do lado de dentro é estrago no teto, é a maldade nos olhos, crueldade na mente, fogueira de cabeças, salada de corpos, rastro de monstruosidade pelo chão, pelas paredes, por todo lugar. Do lado de fora o desespero das famílias, a inquietação da mídia, a busca de controle da polícia, a cobrança da sociedade, as opiniões divididas. Os barulhos que vem de lá variam entre tiros, choro, angústia, revolta, dor. Ninguém sabe até onde vai a sede de vingança, briga, matança.
E já se foram vinte e seis vidas ceifadas, vinte e seis cabeças decepadas, vinte e seis corpos esquartejados, vinte e seis penas que não serão cumpridas como deveria, vinte e seis histórias, vinte e seis famílias, vinte e seis criminosos, vinte e seis mortos em cenas de terror, carnificina, no inferno na terra que Alcaçuz manifesta."

"Não podermos nos atrasar na vida, o trem trazendo o futuro não se atrasa e, nos traz uma recompensa por nossas atitudes responsáveis, ou, uma cobrança por nossos atos negligentes. " (Leila Magh)

" Um boi com sede bebe lama, já dizia o poeta, um homem muito influenciável, come merda. "

"Uso do sobre e do sob
Como o óleo que sempre estará sobre a água, você sempre estará sob uma carapuça. "

"Na ausência da consciência, proibição.

Renascer? é morrer um pouco a cada dia por quem te ama.

"Ruim não é provar o amargo do fel, mas saber que também existe o doce dos açúcares."

"As cores do mundo, estão visíveis para aqueles que conseguem “enxergar” a tinta preta grafada em papel branco."