Coleção pessoal de gabipinho
"Quem você pensa que é?"
perguntou para mim de queixo em pé...
Sou forte,
fraca,
generosa,
egoísta,
angustiada,
perigosa,
infantil,
astuta,
aflita,
serena,
indecorosa,
inconstante,
persistente,
sensata e corajosa,
como é toda mulher,
poderia ter respondido,
mas não lhe dei essa colher.
É Talvez o Último Dia da Minha Vida
É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.
Eu, ao menos, não homenageio os autores que não me interessam. O contrário do amor não é o ódio, e sim a indiferença. Quem "odeia" está mais envolvido do que supõe...
A gente pode receber 100 elogios num dia, aí vem alguém, te ofende, e você quase cai de cama. (...)
Às vezes me pergunto se não faz parte da natureza humana essa sensação interna de sermos um blefe, por isso a valorização da crítica: é como se alguém tivesse arrancado a nossa máscara. Será?
Quem acompanha o trabalho do Cirque du Soleil sabe o que pode esperar, mas nunca deixará de se surpreender: a turma sempre dá mais do que promete. Se pela tevê já encanta, ao vivo arrebata.
mas havia escutado comentários de que o QUIDAM era ainda melhor, então me dirigi ao Cirque du Soleil com bastante expectativa, o que é preocupante, já que expectativa é o caminho mais curto para a frustração. Mas a expectativa não só se cumpriu como deu diversas piruetas sobre si mesma.
Tenho contra mim as pessoas dotadas de opiniões – quer dizer, as pessoas que se confundem com as opiniões que lhes ocorrem; as pessoas dotadas de convicções e fés.
Mas eu me distingo das minhas, e isso é quase o que me define. Sou aquele que não é / não sou / o que lhe ocorre.
Não choro
meu segredo é que sou rapaz esforçado
fico parado calado quieto
não corro não choro não converso
massacro meu medo
mascaro minha dor
já sei sofrer
não preciso de gente que me oriente
Se você me pergunta
como vai
respondo sempre igual
tudo legal
Mas quando você vai embora
movo meu rosto do espelho
minha alma chora
vejo o Rio de Janeiro
vejo o Rio de Janeiro
comovo, não salvo, não mudo
meu sujo olho vermelho
não fico parado
não fico calado
não fico quieto
corro choro converso
e tudo mais jogo num verso
intitulado MAL SECRETO
e tudo mais jogo num verso
intitulado MAL SECRETO
Gigolô de bibelôs
Já senti como é o cheiro de dentro.
Já experimentei sentar na janelinha com ele parado.
Já me imaginei embaixo, esmagada.
Em cima, surfando antes de pegar fogo.
Sei todos os ângulos de ir, mas vivo no lugar de quem fica.
Dê nome pra loucura que ela deixa de ser.
Sinta dor com nome que assusta menos.
Problemas com nomes, são problemas e não loucuras.
Mas nenhum desses silêncios chega perto
Do som que é viver ouvindo o mundo se locomovendo
(...)
Estar no centro do barulho nunca foi realmente uma solidão.