Coleção pessoal de eriecsoulz

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⁠Palavras.
Quantas foram minhas palavras, largadas em cartas de papel velho, sem retorno algum?
Quantas foram minhas palavras, abafadas num telefone público, sem ninguém de verdade do outro lado?
Quantas foram minhas palavras, cantadas em lágrimas de chuva noite a dentro?
Quantas foram minhas palavras, atiradas ao vento como folhas secas no jardim?
Quantas foram minhas palavras, naquele olhar de adeus?
Quantas foram minhas palavras?
Elas não foram. Nunca foram.
Nunca foram palavras! Ou nunca foram nada além de palavras? Será?
Na verdade, singela materialização, sonorização, condensação de um sentimento que nunca pude explicar.
Palavras, palavras e mais palavras.

Correndo por entre os túneis e túmulos de Saqqara, Teti inimaginava quão triste era aquele lugar, queria mesmo era brincar com seus amigos, ele, que era filho da realeza, acabara de aprender a ler e escrever e num acaso encontra um pergaminho escondido em uma rocha, curioso, desenrola o papiro e interpreta a mensagem: Eu quero voar.

⁠Forte abraço
Meu caro, nossas vidas tomaram rumos diferentes... Todas nossas batalhas, nossas vitórias e principalmente nossas derrotas me trouxeram um enorme aprendizado. Tornei-me uma pessoa muito melhor caminhando ao seu lado, sem dúvidas estou preparado para os futuros desafios. A estrada rumo as montanhas parece desafiadora, mas você decidiu encará-la. Seu sorriso junto ao brilho dos seus olhos ainda estão nítidos nas janelas da minha memória e bem guardados em meu coração. Num outro dia, numa nova oportunidade, nos encontraremos e depois de um forte abraço quero dizer-lhe, meu caro, quanta falta me fez.

⁠A Filha do Nilo
Ao saber que seu marido havia sido brutalmente assassinado, Tidel parte em busca do corpo do falecido, que fora abandonado e escondido em uma arca a mercê no Rio Nilo. Seu desejo era apenas sepulta-lo de forma digna, embalsado dentro de um templo em homenagem ao Deus da Luz. Depois de alguns dias, Tidel encontra a arca e o corpo e leva-o para casa, para brevemente dar início a cerimônia de sepultamento. Ao saber da notícia, o assassino volta à casa de Tidel, furta o corpo e o esquarteja, atirando os pedaços pela extensão do Rio Nilo. Furiosa com tamanha maldade, ela retorna ao rio em busca dos restos mortais de seu amado e à medida que ia os encontrando, promovia os devidos rituais e os sepultava, regenerando, em espírito, o corpo do marido. Ao final dos sepultamentos, ele acorda em outra dimensão, nomeado como Deus dos Mortos, devido aos rituais da esposa que lhe proporcionou ressurgir a vida, orientando e zelando por aqueles que morriam nas águas ou as margens do Rio Nilo. Ao voltar para casa Tidel é surpreendida pela população que a caçava, julgada como bruxa, severa e sábia praticante de magia negra, então, ela foge novamente para o Rio Nilo, passando a viver sozinha e escondida. Seu marido ao vê-la vagando pelas águas noturnas, deu-lhe o poder de ver os mortos e vendo-o caiu em prantos e contou-lhe o que havia ocorrido, sensibilizado deu-lhe também a imortalidade, para que ninguém a fizesse mal. Depois de tempos desaparecida, Tidel foi dada como morta. Atualmente, vez ou outra aparece meio a água, para oferecer ajuda aos mortais, quando estes solicitavam, assustados com sua aparência surreal, apesar do rosto jovial e olhar sereno, eles agradecem e vão embora. Não mais, sendo reconhecida, devido suas características serem mudadas com ajuda de magia, Tidel, imortal, permanecesse entre o mundo dos vivos e dos mortos como A Filha do Nilo.

⁠O mundo pode ser de predadores, você não precisa ser um predador também. Caso seja, não cace a si mesmo.

⁠As cores sempre existiram no mundo, porém eram percebidas apenas pelos olhos, as cameras, inicialmente, não possuiam essa tecnologia. Na história do cinema as lentes evoluiram, cores, nitidez, brilho, zoom, captação de movimento e, hoje, são facilmente editadas. Hoje, ao olharmos para a história através dessa ótica, temos literalmente a sensação de uma vida em preto e branco, afinal esse é o único registro acessível, mas as cores estavam lá. Dessa mesma forma, a paleta de cores apreciada por cada um nós é diferente uma da outra. Somos capazes de mistura-las e romper os limites das tonalidades, mas, ainda assim, teremos nossas preferências. Preserve a sua. Vista, mostre, registre. É sua cor. É sua visão.

⁠Diário de um Táxi.
Dia X
"Uns querem os vidros abertos, outros o ar condicionado. Tem gente muda, calada, indecisa, atrapalhada, idosos, crianças, engravatados, tatuados, tem de tudo. Carrego pessoas... Animais às vezes. Busco, levo, espero, trago de volta. Aceito dinheiro, cartão, troco moeda. Trafego o dia todo. Os passageiros estão sob minha responsabilidade. Atentar-se, grito internamente. O semáforo fecha, piso no freio, respeito a faixa de pedestres, aciono a seta, o semáforo abre, piso lentamente no acelerador, garanto que não há veículos furando os sinal, giro o volante, dobro a rua e sigo. Finalizo a corrida, recebo e avisto um novo passageiro."
Dia Y
"A noite não foi das melhores. O Sol cortou o céu deixando um rastro de calor insuportável, pensei até que fosse cortar a linha do horizonte, por sorte se pôs. Os dias estão cansativos, cada vez tenho um novo caso para resolver. Carro, casa, pais, filhos, esposa(o), celular, plano de saúde, cartão de crédito..."
Dia Z
"Passei grande parte do dia estacionado mais uma vez. Outro dia reclamei do cansaço, hoje não faço absolutamente nada. Um passageiro comentou de um tal de Uber Nove Nove (risos), algum joguinho de celular que precisava de internet, nem entendi direito o que ele falava, esses jovens de hoje em dia nem sabem conversar, só pensam em internet..."

⁠Ele perdeu o pai antes mesmo de conhecê-lo.
Perdeu a mãe ainda muito jovem.
Seus irmãos se perderam pelo caminho.
O trabalho lhe custou a infância.
O Sol lhe tirou a beleza da juventude.
Perdeu oportunidades por ter perdido a segurança.
O carro foi roubado.
O casamento acabou após a fatalidade que levou seu único filho.
A esposa se foi.
O cachorro se foi.
A vida já se despedia também.
E abrançando-o com ternura, repassou-se em seus olhos.
Mostrou-lhe perdas dolorosas, caras e amargas que se dissipavam meio a tantas conquistas que viviam em foco.
E em segredo.

⁠O retrato nos traz traços firmes, determina corpos, gestos, objetos,
o abstrato flui por entre eles e nos traz mensagens.
A beleza do retrato. Ponto.
A beleza do abstrato. Reticências.
A imagem é linda, mas a beleza que flui dela é sensacional.

⁠SONHE o mais alto que sua imaginação pode alcançar.
PENSE dentro dos limites daquilo que seu corpo toca.
CONSTRUA o alicerce que te sustentará.
CONSERTE, sempre há o que melhorar.
RECOMECE, recomece, recomece...
TRABALHE naquilo que você acredita.
AME e demostre.
VIVA sem nunca se deixar de lado.

O silêncio é um bicho de sete cabeças.
A primeira cabeça se afirma indiferente.
A segunda diz que a primeira finge indiferença, mas na verdade ela está nervosa e chateada.
A terceira diz que o caso da primeira é puro orgulho.
A quarta concorda com a terceira e ainda complementa: "O orgulho a impede de reconhecer seus próprios erros."
A quinta cabeça se acha superior as outras, mais madura, desenvolvida e acha perda de tempo toda essa especulação sobre a primeira.
A sexta não se manifesta, raramente diz algo, porém em seus pensamentos ela arquiteta um plano para dominar as outras ou, quem sabe, ser um bicho de uma cabeça só.
A sétima e última cabeça chama a atenção das "irmãs" e afirma: "Ela é indiferente!."

Hoje, você é o vento
E eu te amo
Você é invisível, eu sei
Mas escuto a sua voz
Sinto seus cheiros
Um dia mais doce
Outro mais feroz
Você passa
Leva histórias
Você volta
E traz saudade
Você vive em todo canto
Passa pelas menores frestas
Se faz presente a cada segundo
Principalmente aqui dentro de mim
Dentro do meu coração
Abro as cortinas
As janelas
Abro os braços e te abraço...
Você desliza
Você foge
Me despeço
Mando um...
Mando um sopro
Um sopro como um beijo

Dia a dia
Um dia
E mais um dia sem se expor
A quietude do momento
O momento de agonia
A agonia furada...
Inquietude
Que me permite voar
Em um espaço de retas paralelas
Limitantemente ilimitado
Um verso
UNIverso

Emparedados
Embebedados
Encrencados
Ela o provocou
Ela o desafiou
Ela o agrediu
Com copo, com panela, com talher
Ele se defendeu...
Todo mundo se machucou
A polícia chegou
E todos se foram...
Na delegacia, Maria da Penha
Ela saiu
Ele ficou
Encrencado
Embebedado
Emparedado

Se as paredes têm ouvidos, têm olhos também!
Já contei quase QUARENTA...
E propenso a aumentar
mesmo o roteiro dizendo ser regressivo.
Isso é um caos.
Se as paredes têm ouvidos, têm mãos, têm boca e têm voz!
Têm o batuque da panela cantando a saída do "Seu José".
Se as paredes têm ouvidos, deveriam ter nariz...
Mas os narizes estão encobertos, estão proibidos de respirar.

Temos tudo? Não, não temos tudo que queremos. Queremos mais do que precisamos. Precisamos aprender a querer menos. Menos não é a falta de mais. Mais que muitos que não tem nada e são melhores que muitos que tem muito. Não alcançar o que se quer, se frustrar e categorizar isso como "pior", não é uma opção. O pior passa e percebemos que o melhor surge. O melhor não precisa de tudo, não quer tudo, ele já tem. A linha que diz que já tenho tudo, vem antes de todas, mas só é lida no final.

Sou um antigo guerreiro dos céus. Luto pelo bem, pela justiça, pela liberdade, pela progressão, luto pela alma dos seres humanos no cerco dos céus. Não sou do tipo que oferece a outra face quando uma delas já foi golpeada, muito pelo contrário, nesses casos, liberto o monstro que carrego dentro do peito e com muito custo consigo contê-lo. Sou uma arma, fui treinado para isso, não sou o Salvador. Meu dever é lutar e faço isso até o fim, literalmente, até porque nossos inimigos não poupam forças para nos ver cair. Sou um dos anjos mais severos da legião, fui advertido diversas vezes, quase fui expulso, porém, por questões políticas, é preferível que eu esteja lutando pelo lado de cá. Essa força, essa ira, perante a conduta celestial em que me enquadro, nunca foi bem vista, mas também nunca me condenaram, chamam de fragilidade e constantemente me mantêm sob avaliação. Conviver com isso já é sentença suficiente e, na verdade, a situação nem sempre foi essa...
Quando afirmo ser um soldado celeste, que guarda os portões dos céus, talvez você pense que sirvo ao Senhor Deus, não se engane, isso não é verdade. Há uma grande hierarquia, altamente verticalizada, na qual, eu, estou bem próximo da base, Ele, bem no topo, na ELITE DO UNIVERSO. O ápice da pirâmide. Neste intervalo, há tanta farsa, que poucos podem imaginar, contudo, muitos estão envolvidos. Uma capacidade admirável de fingir, calcular, manipular e “passar a perna”. O universo é muito maior do que supúnhamos enquanto meros mortais.
A Elite é composta pelos seres mais desenvolvidos, criativos, poderosos e milenares de todo o universo. A trajetória é longa e possível, dificílima. Eu tentei... E esse foi o gatilho que despertou o demônio em mim. O cheiro do enxofre. Os vultos das sombras. Os ecos dos gritos no infinito. Vi demais, descobri demais, me envolvi demais e instigado pela essência do mistério, perdi o controle... “Cautela, siga as regras ou perderá suas asas!”. Foram com essas palavras que me abriram os olhos. Eu não estava sozinho, ainda assim, éramos a minoria e não havia muito a se fazer. Considerei várias hipóteses, recuei a todas elas, porque havia muito em jogo.
Eu parecia petrificado, o coração em puro gelo, o cenho franzido, o olhar firme, revoltado. Dividido entre o bem e o mal, a força e a fé. Eu voava sempre à frente a fim de evitar conversas, qualquer maldita informação de toda aquela falcatrua me trazia sangue nos olhos e me deixava furioso, era necessário evitar. Nunca fui de muito amigos mesmo, que diferença faz? “Covarde!”. Uma voz dizia gritava em minha mente o tempo todo. Passei a fazer mais rondas do que necessário, vasculhar torres de imensos castelos, andar pelos cantos, observar de longe, encurralar e matar... Por mais sorrateiro que fosse, foi inocente da minha parte, pensar que eu não estava sendo observado. Fui abordado... No breu da escuridão... No meio do nada...
- Tenho uma missão pra você. – disse o individuo.
Forcei os olhos tentando vê-lo, sem sucesso.
- Você é misterioso e sombrio, é observador e forte o suficiente para mudar o mundo.
Abri a boca e ele prosseguiu tocando levemente e rapidamente o centro do meu peito.
- Não diga, suas vibrações falam por você, aguarde instruções.
A voz foi se distanciando, e o eco me trouxe um “desafio aceito”.
Ainda não sabendo bem o que aconteceu ou o que deveria fazer e novamente instigado pelo mistério, voei ao meu abrigo e repousei.
Algumas coisas nunca mudam.
Despertei logo. Estava em um lugar apertado, de pouca luz, não conseguia respirar, senti o coração acelerar. Tentei gritar e não havia voz. “O que está acontecendo?”, pensei. Definitivamente não era o lugar onde adormeci. Tentei me acalmar, me concentrar, lembrei daquele individuo, da missão, o toque no peito e bem longe ouvi alguém dizendo repetidamente: “Vamos, vamos, rápido, ele já vai nascer”.

E se não existissem espelhos, câmeras ou quaisquer outros objetos que refletissem uma imagem? E se não soubessemos como somos fisicamente, tendo apenas uma pequena noção através de obras da natureza? E se essas características físicas realmente não tivessem nenhuma iportância? Certamente passaríamos a afiar o que há por dentro, aquilo que sabemos que temos, porém não alimentamos por falta de confiança, autoestima, por buscar um padrão imposto e tentar, sem sucesso, encaixar-se a ele. Essa voz que nos motiva diariamente seria a de tom mais alto. Talvez a soberania dessa voz nos traria a prepotência, o que não eximiria erros. E se o fracasso fosse inevitável, existiria apenas uma razão: SUAS PRÓPRIAS AÇÕES, assim seriamos educados a assumir exclusivamente uma culpa, sem máscaras, isso nos ensinaria a humildade, porque errar é algo comum e a nossa voz interior sabe, aceita e nos consola, mas há lá fora o medo da não aceitação, o orgulho, que nos leva a atribuir culpas a não culpados. Uma espécie de SUJEITO OCULTO, sabemos quem é, mas não o vemos. E se esse fosse o caso, teríamos mais cabeças elevadas, menos "e se...", mais ação. DESTEMIÇÃO¹

¹Ato de coragem, valentia - Ação daquele que é detemido.

Dizem que devemos sorrir em momentos de difiuldade.
Dizem que não devemos expor nossa felicidade, a fim de evitar maus olhares.
Dizem "que rir de tudo é desespero".
Dizem que não sorrir é falta de "iluminação".
Dizem que as mulheres são mais sorridentes...
Dizem que o sorriso deixa rugas evidentes.
Sorrir é uma linguagem corporal facilmente identificada.
Sorrir move muito mais que alguns musculos da face.
Gera energia, vibração, luz.
Eleva a autoestima, a confianças, o ânimo.
Reduz o estresse, o medo, a vergonha.
Sorrir induz um outro sorriso.
Sorrir é um ato cultural, regional, pessoal,
Que não impede a espontaneidade e pureza de um verdadeiro sorriso.
Há quem não possa, definitivamente, sorrir.
E nesses casos, teríamos muitos sorrisos ocultos...
E ainda teríamos uma interpretação muito errada do todo.
Qual é a sua regra?
Qual é a leitura que você tem feito dos sorrisos?
Ou da falta deles?
Qual é o seu sorriso?

Convivendo com demônios.
Aprendi que algumas coisas na vida são para sempre. Você pode lutar para desfazer, ignorar, desenhar por cima, mexer, fuçar, desmontar e montar novamente, mas ao olhar no espelho percebe que permanece o mesmo, sempre o mesmo, talvez até pior, ou um pouquinho melhor, depende do grau de sua autoconfiança, do seu ego, do seu ânimo. A verdade é que fisicamente nada foi alterado, o que muda é a maneira pela qual enxergamos as coisas, o foco destinado, o conteúdo adquirido, o tempo.