Coleção pessoal de aratykyra

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A felicidade pode não ter sido feita pra nós, mas a vitória sim. Então aprendam a usar as ferramentas, aprendam o que puderem pois, a luta será intensa todo os dias e se você tiver conhecimento sobre as ferramentas e suas forças, você terá uma chance de manter-se em pé.

Mergulhamos em um rio, a água está sempre em movimento na direção que a correnteza arrasta tudo em seu fluxo, pedras podem mudar algumas direções. Podemos sentar próximos de suas margens e observar, seu interior pode ser claro ou escuro, vemos o que está nele ou não. Mas todo momento ele compartilha um ensinamento e apenas com os olhos da nossa identidade podemos escutar ou ler seus sinais.

Os anciões gostam de ver as crianças nascer e de cantar para elas porque sabem que alí está a semente de nossa identidade, cultura e luta. Lutaram muito para preparar a geração que hoje passa a conduzir o movimento e a resistência indígena, foi um trabalho cansativo, e já que um dia todos nós voltemos ao grande espírito e à mãe terra, a melhor forma de agradecer por essa luta é dedicando a eles nossa reverencia, respeito, cuidado, carinho e ouvidos.

As raízes são nossa força. A cultura é nossa saúde.

Nossa sobrevivência depende da transmissão do saber indígena de uma geração para a outra além de se munir da cultura do colonizador para fazê-lo entender que temos o direito de sermos diferentes. Não é o fato de nossas culturas serem antigas que nos impede de ser contemporâneos, na verdade enfrentamos o desafio de para poder sobreviver, dever fazê-lo em dois mundos: ser bilíngues em países que não reconhecem as línguas da própria terra, precisamos entender a burocracia e as leis que os colonizadores “globalizaram” no mundo, e lutar ara que a democracia nos contemple.

A força está na pluralidade do ser.

Longe de ser um pequeno detalhe o verdadeiro significado na foma que nomeamos as coisas possui razões que colonizam, eurocentrizam e inferiorizam no cotidiano nossas formas de olhar e pensar sobre as coisas no mundo. Esta informação é desconhecida pela maioria pois acostumamos usar os nomes que todos usam sem procurar sua origem. Faz parte do adestramento do nosso pensamento e é sútil. Estamos nos despindo de muitos conceitos que vestiram na gente, isto requer um certo tempo e prática. Não é instantâneo.

Perceber o que está por trás das palavras impostas como únicas verdades sobre determinados pontos de visão, ajuda valorizar nossas próprias correntes de pensamento e encontrar as bases de nossas filosofias indígenas. Trazendo conceitos indígenas invisíveis para visibilidade da narrativa, criando metodologias originarias em nossa educação.

O que parece apenas poético para muitas pessoas é na verdade uma forte visão que temos em nossa ótica relacionada ao nosso lugar, relação com os elementos da natureza e origem. Nossos livros são orais e nosso diálogo ilimitado com todos os seres visíveis ou não.

Sonhos também fazem parte do narrar indígena, são histórias contadas por muitas gerações e fonte de grandes saberes passados...Por isso precisamos tecer os fios dos quais nascem nosso saber. As folhas não podem ser expostas e levadas pelo tempo. Mesmo sabendo que é preciso ser inciado em uma não linguagem que faz parte de uma leitura de vida plena nas curvas de muitos rios que andam pela terra e são invisíveis para as mentes civilizadas. Não é uma visão mágica ou romantizada do viver, é pura ciência da vida mas de um outro jeito de ver, outro lugar de fala, e se relaciona com as palavras, diferente dos signos linguísticos conhecidos e interpretados. É mais complexo do que se mostra aos desprevenidos e narcotizados pelos não sentidos.

Eterno é o instante que nasce de um sopro musical, ele é como um belo sorriso que traz luz aos becos escuros das grandes avenidas da vida. Bom é sentir a força desse sopro nutrido de musicalidade e harmonia - é o despertar de um estado sagrado em que o ser não é apenas humano.

Somos as sementes dos sonhos de nossos avós.

A faixa de Gaza que nos divide é a mesma que estrangula nossos pescoços, o apartheid que separa nossos corpos é o mesmo que os junta sem vida.

A fuga dos que não dizem bom dia, nem adeus, é tempestade no corpo e violência na alma.

O ar ao nosso redor é água e, como seres marinhos, a cada pensamento emitimos uma bolha em direção a outro ser; bolhas presas em algum lugar, ou sem rumo, indo parar na superfície onde desaparecem sem deixar rastros. Bolhas pequenas, médias, grandes, fortes, fracas, brilhantes e de toda ordem. Sendo mais ou menos assim que somos nós quando pensamos.

Podemos não perceber, mas onde passamos deixamos nossas formas de pensamento que ali vagueiam até que se desfazem.

As ruas, praças, parques, casas, estão cheias de formas de pensamentos que as vezes duram segundos e em outras vezes chegam a durar dias.

O que determina a duração dessas formas é a intensidade com que são geradas, pela força das consciências que a produzem.

Gostava de observar o horizonte como um pássaro entusiasmado que prepara suas asas para fazer sua última dança no ar.

Atirei uma pedra em direção ao lar das águas. Corri nas sombras das florestas por entre os feixes de luz da copa das árvores ancestrais. Desci por caminhos ocultos na escuridão.

Em meus ouvidos apenas chegavam os sons da pedra, o cair dos frutos maduros,amanhecer das plantas e nascer dos pássaros.

Meu corpo tornou-se uma casca de semente brotando na terra, minha pele una com o solo, minha perna tronco e raízes.

Sou um pouco do fluxo dos rios com o sopro do ar e chamas do fogo. Sou um canto fora do tempo na ausência de pensamento. Meu ser uma flauta da selva tocada com gotas de chuva.

''Tiré una piedra en dirección al hogar de las aguas.Corrí en las sombras de los bosques entre los haces de luz de la copa de los árboles ancestrales. Bajé por caminos ocultos en la oscuridad. En mis oídos sólo llegaban los sonidos de la piedra, el caer de los frutos maduros, amanecer de las plantas y nacer de los pájaros. Mi cuerpo se convirtió en una cáscara de semilla brotando de la tierra, mi piel unida con el suelo, mi pierna tronco y raíces. Soy un poco del flujo de los ríos con el soplido del aire y llamas de fuego. Soy un canto fuera del tiempo en la ausencia de pensamiento. Mi ser una flauta de la selva tocada con gotas de lluvia.''

Como um rio eu vejo a vida passar, por baixo das águas e nas folhas das árvores é de onde eu vejo o mundo. Submerso em sua imensidão em que o vazio brota. Eu falo baixo para que o vento possa me levar com suas asas invisíveis na memória da vida. A certeza é uma parábola que surge imersa nas lagrimas da carne, para aqueles que ousam sentir além da pele.

Somos las semillas de los sueños de nuestros abuelos.

Somos como formigas buscando alimento e um local longe do frio. Saímos dos becos escuros mas temos medo da claridade. A frágil moralidade não reside na ética nem se mistura ao óleo que passam nas pálpebras para ficarem dobradas no escuro. As solas dos seus sapatos contam segredos de cegos, surdos e mudos. Rangem os dentes as falsas onças longe da floresta, peixes nadam para encontrar liberdade além das pedras, aves são violentas quando estão com fome. Nós os caninos somos leais por isso latimos.

Cada minuto que late en las pupilas de los ojos es una mirada en la ventana del tiempo para descifrar el enigma y silencio. Mi silencio viaja en lo aire y las nubes, no calcula la distancia, no conocer fronteras y en la mirada se sumerge en lo mar de mis sueños. El silencio habla en cada sonido de la naturaleza. Es la lluvia que desnuda su melodía como una zampoña en las hojas de los árboles, ríos y la tierra. El sube y baja montañas.