Coleção pessoal de AntonioMatienzo

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A dor da alma nada mais é do que seus limites se rasgando para caber mais mundo.

A observação isenta de condicionamento é a única e real forma de liberdade.

Só posso lidar adequadamente com o que eu não seja coagido a lidar.

É tolo imaginar que se pode descartar isoladamente nosso ciúme, sendo que só nos livramos dele após uma bela faxina interior.

A tragédia pessoal de quem nunca recebeu amor verdadeiro é jamais aprender a amar a si mesmo, e por conseguinte não amar os outros. O real valor do amor se assemelha ao valor da água: não está em si, mas em seu fluxo.

Minha única ideia inflexível é a flexibilidade.

A unanimidade não vale a saliva de ser dita.

Excetuando a justiça, qualquer outra virtude absoluta configura vício.

Ao passível de controle, a paciência deve ser margem de erro, jamais regra.

Não raro o queixoso, o moralista e o infeliz são a mesma pessoa.

As religiões são especialmente apreciadas pelos que preferem ouvir coisas com as quais já concordam.

O devido princípio para uma ação até uma criança acerta. Já o cálculo das consequências mesmo sábios erram.

O ódio é uma das mais potentes fontes de energia humana, herança direta da raiva animal contra aquilo que nos é nocivo. Suprimir o ódio seria um grave desperdício em todas as hipóteses, de energia se for possível suprimí-lo, e de tempo se for impossível. O mais útil é canalizá-lo contra os piores conceitos, ao invés de contra as piores pessoas.

Odiar conceitos maus sobrepõe-se a odiar pessoas más. Mas aí esbarramos no direito que as demais pessoas têm de terem seus próprios conceitos. Eis que então só restarão conceitos em nós mesmos para odiar, quando a única e real evolução finalmente pode tomar curso.

A rigor, só existem duas maneiras de encarar a vida: questionado como ela deveria ser, ou tentando identificar como ela é. Desnecessário mencionar a mais funcional a longo prazo.

A maldade consciente só é praticada de duas formas:

A primeira, pelas pessoas sem senso de justiça.

A segunda, como reação à primeira.

Em ambos os casos, quem pratica se imagina na segunda forma.

Quanto às finalidades da sabedoria humana, entendo abrirem-se quatro ramos: autopreservação, justiça, conforto e distração. Talvez por isso aquela manifestação imaterial (que genericamente chamamos de amor) nos seja tão intrigante: não podendo caber na sabedoria, pode ao contrário abarcá-la, e eventualmente prover seus quatro ramos.

Antes de rogar pelo meu destino, uma olhadela no que faço diariamente.

Grandes desordens pedem pequenas prioridades.

Nada mais involuente do que crer em mágicas.