Bandeira
Dois livros sobrepostos
Páginas se juntaram
Personagens se misturaram.
Uma: a musa sem brilho,
O outro: o instrumentista engavetado.
Desse encontro, o inesperado...
Onde antes eram solos adormecidos
flores brotaram por todos os raios.
Músicas voavam com o vento, dançavam!
A musa, agora em brilho, cumpria sua missão,
revelou ao instrumentista o que estava oculto
em sua alma: imensidão!
Ela por ele sonhou e inspirou
Ele por ela compôs e tocou
Música sublime proferiu-se pelo espaço...
Contudo, os livros foram re-organizados
Voltaram a compor a estante da sala de estar.
Cada personagem ao seu livro de origem regressou
E o que restou desse intenso e furtivo enlace?
A musa e o instrumentista não serão mais os mesmos...
Parte de um seguirá com o outro.
E a bela música guardou em si a eternidade desse amor.
Quando vir um novo dia
Encontre-o, mãos estendidas
Acalente-o nos braços
Abertos,
Infinito espaço.
Adorne-o de esperanças
Receba e reflita sua luz
Seja encanto
Perdure
Infinito canto.
Prepare-se ao inesperado
Corra, procure, ache!
Leve contigo sua bússola
que pulsa, vibra, sente, grita:
Siga!
E se,
em algum momento de tristeza eu te encontrar
Que você me sinta
como se eu fosse
uma palavra amiga
que fizesse seu espírito escutar a vida
E então, sentir a alegria
de simplesmente ser,
estar,
viver...
Decifrar o codificado nem sempre tem significado.
Às vezes a gente precisa entender o incompreensível, buscar o que não se encontra.
Saindo sem rumo nem direção na estrada da vida.
Mas têm coisas que só o tempo é quem pode dizer.
Ir, seguir, voar e às vezes só sobrevoar.
Mas quem disse que ia ser fácil ser o seu próprio motorista pra vida?
Se der, reencontro.
Se não der, saudades das lembranças do que nunca deu pra ser.
As rimas das lembranças inexistentes transparecem um eu impresso pela ausência de você.
Um eu que se esvai bem lentamente, esfaqueado pelo tontear da mais impactante despedida.
A vida com porte de sua arma mais violenta mostra uma realidade envolta de momentos que não aconteceram e muito menos vão acontecer.
Momentos que se foram e nunca sequer existiram.
Querido eu, por favor me ignore quando disser que definitivamente já deu.
A felicidade se esvai e o paradoxal se personifica onde eram os jardins da alma, complexamente inexplicável.
E às vezes é tamanha a dor e infinita a intemperança que os sentimentos insistem em se quebracabeçar.
Apesar de tudo sinta, a gente tem tão pouco tempo pra uma plenitude de quinta categoria.
A graça da vida é sentir pra estar vivo mesmo que possa doer.
Pouco importa ter os pés seguros nas margens da vida quando se pode mergulhar profundamente na intimidade com Deus.
Cria, e terás com que exaltar-te
No mais nobre e maior prazer.
A afeiçoar teu sonho de arte,
Sentir-te-ás convalescer
Melhor a curiosidade do tolo que a sabedoria do sábio.
Pois a sabedoria autossuficiente torna-se cinzas, mas a curiosidade é a chama eterna que move o conhecimento.
"Partes de mim partem em mil quando partes pro lado de lá. Partindo do princípio que tuas partidas não repartem minha saudade por parte de cá, por fim será a única coisa que carregarei por inteiro."
03/12/15
Um amor perfeito nasce assim, sem nada a esperar...
É belo em si
Deixa-se cortar
Preenche vazios
Torna belo e nobre o que era frio.
Vive para além da eternidade, sublime encanto dos meus dias!
A água que lhe rega é a saudade.
Disso você não escapa.
Amor: não importar quando duro você seja alguma hora vai amar.
SOFRIMENTO: você vai lutar para fazer tudo certo para não sofrer, mas uma hora sofrera.
Morte: você pode enganar todo mundo mas a morte não se engana
Com tudo isso você vai amar, sofrer e morrer.
Mas ame, sofra e morra sem arrepenimentos.
Ame sem medo de sofrer, ame sem medo de morrer, apenas AME
É melhor uma busca incessante por uma resposta do que a certeza de uma afimação. A pergunta é o que movimenta-nos, não as respostas.
"Hoje eu acordei pronta pra sair.
Com o cabelo tão bonito que até o vestido amassado e o esmalte descascado faziam seu próprio charme em mim...
Mas o tempo não ajudou, ventou, choveu, o dinheiro acabou, a liberdade se foi e o motivo voltou.
O motivo pelo qual eu, tão bonita a meus próprios olhos, me sinto sempre presa.
A inconstâcia.
Minha amiga das horas de loucura e minha inimiga nas horas em que eu precisaria apenas tomar uma decisão.
O lápis do olho não foi suficiente, a vontade já não era mais a mesma e o tempo, sempre o tempo, me fez ficar em casa."
Ciúme.
A doença que me consome todos os dias
Que me pega na raiz e acaba comigo
Que ri da minha desgraça, que tira o brilho das coisas
Que me deixa insegura, agressiva e um pouco amarga
Ciúme.
Me diga, onde está a cura disso?
Que eu quero tomar todos os remédios
Doses e doses até entrar em coma
Quero doses de sorrisos e despreocupações
Eu não quero mais sentir
Eu não quero mais viver
Eu não quero mais morrer de ciúme!