Saint-Clair Mello
No Carnaval de São Paulo, a cada batida do surdo de primeira, no momento do desfile, corresponde uma bofetada, na hora da apuração.
Qualquer decisão jurídica, por mais imparcial que seja, só presta se for a meu favor. Caso contrário, é deslavada injustiça.
Diferente do que pensam os brasileiros acerca dos poderes da república, o único poder hoje entre nós é o do Aedes Aegypti.
A democracia é o único sistema político em que eu posso falar os maiores absurdos e não ser preso por isso. Nas ditaduras, até mesmo – e sobretudo – as verdades são perigosíssimas para a saúde do falante.
Tão logo todos os nossos políticos acertem a concordância gramatical, o Brasil entrará no clube dos países desenvolvidos. Até então, ficaremos na lista de espera.
Se errar é humano, quanto mais erra, mais humano o cara se torna. Contudo, se acertar com frequência, fatalmente será um grande desumano.
É preciso todo cuidado: muito sujeito ativo pode ser convertido em sujeito passivo. E vice-versa. Está aí a gramática que não me deixa mentir.
O arrependimento do canalha só ocorre porque ele foi pego em flagrante delito. Caso contrário, iria continuar com sua canalhice, sem arrependimento nenhum.
Cada um com seu cada qual. A não ser que você tenha uma conta secreta na Suíça, da qual seja usufrutuário.
Se a justiça brasileira resolver mesmo condenar todos os corruptos do país, será necessário construir um novo presídio em cada cidade.