Biografia de Pablo Neruda

Pablo Neruda

Pablo Neruda, pseudônimo de Neftalí Ricardo Reyes, nasceu a 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile. O poeta, foi considerado um dos mais importantes literatos do século XX. Seu pseudônimo foi escolhido para homenagear o poeta tcheco Jan Neruda.

Sua obra é lírica, plena de emoção e marcada por um acentuado humanismo. Em seu livro de estreia foi "Crepusculario" (1923), já com o nome de "Pablo Neruda" que, em 1946, passou a usar legalmente. Com apenas vinte anos, sua fama tornou-se maior com a publicação de "Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada" (1924).

Alternando a vida literária com a diplomática, Pablo Neruda foi o embaixador chileno na Birmânia, na Espanha e no México. A guerra civil espanhola determinou uma mudança profunda na atitude do poeta, que aderiu ao marxismo e decidiu se dedicar em defesa dos ideais políticos e sociais inspirados pelo comunismo. Em 1945 foi eleito senador pelo Partido Comunista. Em 1948 teve o mandato caçado e deixou o país.

Em sua obra destacam-se: Residência na Terra (1933), España en el Corazón (1937), inspirado na Guerra Civil Espanhola, Canto Geral (1950), Cem Sonetos de Amor (1959), Memorial de Isla Negra (1964), A Espada Incendiada (1970) e a autobiografia póstuma, Confesso que Vivi (1974), um emocionante testemunho do tempo e das emoções de um grande poeta.

Pablo Neruda foi agraciado com o Prêmio Nacional de Literatura (1945), Prêmio Lenin da Paz (1953) e o Prêmio Nobel de Literatura (1971). Morreu no Chile, no dia 23 de setembro de 1973, sendo enterrado em sua casa de Isla Negra, ao sul do Chile.

Acervo: 176 frases e pensamentos de Pablo Neruda.

Frases e Pensamentos de Pablo Neruda

Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

Nota: Adaptação do poema "Peço Silêncio"

Se sou amado,
quanto mais amado
mais correspondo ao amor.

Se sou esquecido,
devo esquecer também,
Pois amor é feito espelho:
tem que ter reflexo.

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás... Seremos...

Pablo Neruda

Nota: Trecho do "Soneto LXIX" de Pablo Neruda

Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
já não se adoçará junto a ti a minha dor.

Mas para onde vá levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarás a minha dor.

Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos
uma curva na rota por onde o amor passou.

Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame,
daquele que corte na tua chácara o que semeei eu.

Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste.
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.

...Do teu coração me diz adeus uma criança.
E eu lhe digo adeus.

Pablo Neruda
Presente de um poeta

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.

Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor. Porto Alegre: L&PM, 2006.

Nota: Poema XLIV

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