Marquês de Maricá

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Quem não pode ou não sabe acumular, nunca chega a ser sábio nem rico.

A razão dos filósofos é muitas vezes tão extravagante como a imaginação dos poetas.

Os nossos maiores inimigos existem dentro de nós mesmos: são os nossos erros, vícios e paixões.

Todos reclamam reformas, mas ninguém se quer reformar.

É mais fácil maldizer dos homens do que instruí-los e melhorá-los.

Não é dado ao saber humano conhecer toda a extensão da sua ignorância.

Os velhos ruminam o pretérito, os moços antecipam e devoram o futuro.

Quando a cólera ou o amor nos visita a razão se despede.

Os moços são tão solícitos sobre o seu vestuário, quanto os velhos são negligentes: aqueles atendem mais à moda e à elegância, estes à sua comodidade.

Desempenhar bem os grandes empregos depende muitas vezes mais das circunstâncias que dos homens.

Deve-se julgar da opinião e caráter dos povos pelo dos seus eleitos e prediletos.

O mal ou bem que fazemos aos outros reverte sobre nós acrescentado.

A riqueza doura a sabedoria e os talentos, mas não os constitui.

Em certas circunstâncias o silêncio de poucos é culpa ou delito de muitos.

Desesperar na desgraça é desconhecer que os males confinam com os bens, e que se alternam ou se transformam.

Sem as ilusões da nossa imaginação, o capital da felicidade humana seria muito diminuto e limitado.

A maior parte dos males e misérias dos homens provêm, não da falta de liberdade, mas do seu abuso e demasia.

A falsa ciência não aumenta o nosso saber, agrava a nossa ignorância.

O homem que frequentes vezes se inculca por honrado e probo, dá justos motivos de suspeitar-se que não é tal ou tanto como se recomenda.

Nada agrava mais a pobreza, que a mania de querer parecer rico.

É triste a condição de um velho que só se faz recomendável pela sua longevidade.

Não emprestes, não disputes, não maldigas, e não terás de te arrepender.

O melhor sono da vida a inocência o dorme, ou a virtude.

O futuro é como o papel em branco em que podemos escrever e desenhar o que queremos.

Os crimes fecundam as revoluções, e dão-lhes posteridade.