Biografia de Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo, no dia 19 de abril de 1923. Seu interesse pela literatura começou na adolescência. Com 15 anos escreveu seu primeiro livro de contos “Porão e Sobrado”. Formou-se em Direito e em Educação Física.

Em 1944, estreou oficialmente na literatura com a publicação do livro de contos “Praia Viva”. Segue em contínua produção de romances e contos, entre eles, “O Cacto Vermelho” (1949), “Ciranda de Pedra” (1955), “Verão no Aquário” (1964) e “As Meninas” (1973), ambos receberam o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1965 e 1974, respectivamente, “A Disciplina do Amor” (1980), “Mistérios” (1981) e “Passaporte para a China” (2011).

A obra de Lygia Fagundes Telles, com características Pós-modernista, apresenta um universo marcadamente feminino, embora comprometida em documentar a difícil condição de vida de uma sociedade frágil na educação e saúde. Em 1985 foi eleita para a cadeira n.º 16 da Academia Brasileira de Letras, tomando posse no dia 12 de maio de 1987. Em 2005, recebeu o Prêmio Camões, pelo conjunto de sua obra, que lhe foi entregue durante a VIII Cúpula Luso-brasileira, realizada na cidade do Porto em Portugal.

Lygia Fagundes Telles morreu em 3 de abril de 2022, aos 98 anos, de causas naturais.

Acervo: 57 frases e pensamentos de Lygia Fagundes Telles.

Frases e Pensamentos de Lygia Fagundes Telles

Quero ficar só. Gosto muito das pessoas mas essa necessidade voraz que às vezes me vem de me libertar de todos. Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa e não esta feia ressentida que me olha do fundo do espelho. Ouço duzentas e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim.

Lygia Fagundes Telles
As meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito então é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. E sem despesas.

Lygia Fagundes Telles
A disciplina do amor. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Nota: Trecho do texto Sob protesto!

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A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza.

Lygia Fagundes Telles
Os contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Nota: Trecho do texto Venha Ver o Pôr do Sol.

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Quando na realidade o amor é uma coisa tão simples... Veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida por que tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe nada mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou.

Lygia Fagundes Telles
Verão no aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química. Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa... E que interessa o castigo ou o prêmio? Tudo muda tanto que a pessoa que pecou na véspera já não é a mesma a ser punida no dia seguinte.

Lygia Fagundes Telles
Ciranda de Pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.