José Saramago

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«...é como viver, nascemos, vemos os outros a viverem, pomo-nos a viver também, a imitá-los, sem sabermos porquê nem para quê»

«elas não são, as palavras, aquilo que declaram, estar só (...) é muito mais que conseguir dizê-lo e tê-lo dito».

"basta-me o que tenho agora, estar aqui deitada, sem nenhum futuro"

"... como se a imagem dele se fosse desvanecendo com a memória que dele tem, ou melhor, é como um retrato exposto à luz que lhe vai apagando as feições, ou uma coroa mortuária, com as suas flores "

Inserida por dia_marti

"...parecia que tínhamos chegado ao fim da estrada e afinal era apenas uma curva a abrir para outra paisagem e novas curiosidades"

Nunca esperei nada da vida, por isso tenho tudo.

José Saramago
As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

⁠Abrem-se os portões, de par em par, os loucos saem.

(Ensaio sobre a Cegueira)

⁠Que dirá a vizinhança quando der por que já não estão aqui aqueles que, sem morrer, à morte estavam.

(As intermitências da Morte)

Inserida por JPVercosa

⁠O grande problema do nosso sistema democrático é que permite fazer coisas nada democráticas democraticamente

⁠O que chamamos democracia começa a assemelhar-se tristemente ao pano solene que cobre a urna onde já está apodrecendo o cadáver

Pode-se sempre pôr a palavra boa sobre a má palavra, mas nem uma nem outra poderão ser retiradas.

José Saramago
Todos os nomes. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Tendo subido a uma montanha para alcançar as paisagens de além, resiste a regressar ao vale enquanto não sentir que nos seus olhos deslumbrados já não cabem mais vastidões.

José Saramago
Todos os nomes. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Posto diante de todos estes homens reunidos, de todas estas mulheres, de todas estas crianças (sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra, assim lhes fora mandado), cujo suor não nascia do trabalho que não tinham, mas da agonia insuportável de não o ter, Deus arrependeu-se dos males que havia feito e permitido, a um ponto tal que, num arrebato de contrição, quis mudar o seu nome e para um outro mais humano. Falando a multidão, anunciou: “A partir de hoje chamar-me-eis Justiça”. E a multidão respondeu-lhe: “Justiça, já nós a temos, e não nos atende”. Disse Deus: “Sendo assim, tomarei o nome de Direito”. E a multidão tornou a responder-lhe: “Direito, já nós o temos, e não nos conhece”. E Deus: “Nesse caso, ficarei com o nome de Caridade, que é um nome bonito”. Disse a multidão: “Não necessitamos caridade, o que queremos é uma Justiça que se cumpra e um Direito que nos respeite.”

José Saramago
SALGADO, Sebastião. Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Inserida por andretuffy

Fisicamente,
habitamos um espaço,
mas, sentimentalmente,
somos habitados por
uma memória. Memória
que é a de um espaço e
de um tempo, memória
no interior da qual
vivemos, como uma ilha
entre dois mares: um que
dizemos passado, outro
que dizemos futuro.
Podemos navegar no
mar do passado próximo
graças à memória
pessoal que conservou
a lembrança das suas
rotas, mas para navegar
no mar do passado
remoto teremos de
usar as memórias que
o tempo acumulou, as
memórias de um espaço
continuamente
transformado, tão fugidio
como o próprio tempo.

José Saramago
O Caderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Há um mal econômico, que é a errada distribuição da riqueza. Há um mal político, que é o fato de a política não estar a serviço dos pobres.

José Saramago
SARAMAGO, José. Saramago vem ao Brasil falar contra a cegueira da razão. [Entrevista concedida a] José Geraldo Couto. Folha de S.Paulo. São Paulo, 27 jan. 1996.
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Inserida por TioTigasSilva

⁠A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança.

José Saramago
Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
Inserida por figueiredoanna

O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas covardias do cotidiano, tudo isso contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for suscetível de servir os nossos interesses.

José Saramago
África. Diário de Notícias, 11 ago. 2009.

Como podem homens com Deus serem tão maus?

José Saramago

Nota: Trecho dito durante uma entrevista em 2009 com Ubiratan Brasil, resposta da pergunta: "Como podem homens sem Deus serem bons?"

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Não há uma língua portuguesa, há línguas em português.

José Saramago
Língua – Vidas em Português (2001).
Inserida por pensador

O que tem de ser, tem de ser, e tem muita força, não se pode resistir-lhe, mil vezes o ouvi à gente mais velha, Acredita na fatalidade, Acredito no que tem de ser.

José Saramago
A jangada de pedra (1986).

Nota: A parte inicial do pensamento costuma ser erroneamente atribuída a Guimarães Rosa.

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A maior dificuldade para chegar a viver razoavelmente no inferno é o cheiro que lá há.

José Saramago
Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
Inserida por pensador

O tempo das verdades plurais acabou. Agora vivemos no tempo da mentira universal. Nunca se mentiu tanto. Vivemos na mentira, todos os dias.

José Saramago
As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Inserida por Ketteiteki

A vida, que parece uma linha reta, não o é. Construímos somente uns cinco por cento da nossa vida, o resto fazem os outros, porque vivemos com os outros e às vezes contra os outros. Mas essa pequena porcentagem, esses cinco por cento, é o resultado da sinceridade consigo mesmo.

José Saramago
As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Inserida por pensador

O único valor que considero revolucionário é a bondade, que é a única coisa que conta.

José Saramago
As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Inserida por pensador

Há duas palavras que não se podem usar: uma é “sempre”, outra é “nunca”.

José Saramago
As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.