Biografia de J. G. de Araújo Jorge

J. G. de Araújo Jorge

José Guilherme de Araújo Jorge, conhecido como J. G. de Araújo Jorge nasceu na Vila de Tarauacá, no Estado do Acre, no dia 20 de maio de 1914. Descendente de tradicionais famílias de Alagoas e do Rio de Janeiro passou sua infância na cidade de Rio Branco, capital do Estado. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar 7 de Setembro. Mudou-se para o Rio de Janeiro onde fez o curso secundário nos colégios Anglo-Americano e no Pedro II. Logo cedo colaborou com o jornal da escola.

Em 1931 publicou no jornal Correio da Manhã seu primeiro poema “Ri Palhaço Ri”. Colaborou com o jornal A Nação, com as revistas: Carioca e Vamos Ler, entre outras. Em 1932 foi escolhido o “Príncipe dos Poetas”, sendo saudado por Coelho Neto. Ingressou na Universidade do Brasil, onde se formou em Direito. Foi o fundador e primeiro presidente da Academia de Letras da Universidade, que teve como patrono Afrânio Peixoto. Fez curso de Extensão Cultural na Universidade de Coimbra, onde recebeu o título de “Estudante Honorário”.

J. G. de Araújo Jorge foi locutor e redator da Rádio Nacional, Cruzeiro do Sul, Tupi e Eldorado. Em 1970 foi eleito Deputado Federal pelo antigo Estado da Guanabara, quando exerceu três mandatos consecutivos. Foi vice-líder do PMDB e presidente da Comissão de Comunicação na Câmara dos Deputados.

J. G. de Araújo Jorge ficou conhecido como o “Poeta do Povo e da Mocidade”. Sua poesia lírica e social fala da alma de toda gente, traduz os desejos, angústias e esperanças. Entre suas poesias destacam-se: “Os Versos Que Te Dou”, “Cantigas do Só”, “Vergonha”, “Se...” e “Orgulho e Renúncia”. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de janeiro de 1987.

Acervo: 78 frases e pensamentos de J. G. de Araújo Jorge.

Frases e Pensamentos de J. G. de Araújo Jorge

Os versos que te dou

Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...

E hei de fazê-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...

Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém que
possa perturbar vossa ventura...

Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revivê-los nas
lembranças que a vida não desfez...

E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...

Se nesse tempo eu já tiver partido e
outros versos quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...

Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou.

(Do livro "Meu Céu Interior" – 1934)

Talvez seja o tempo...a vida...a idade...
mas a gente vai aprendendo a renunciar
a tanto que se quis...

A verdade
é que me acomodei de tal modo na minha infelicidade,
que quase que sou feliz...

Meu Coração

Eu tenho um coração um século atrasado
ainda vive a sonhar... ainda sonha, a sofrer...
acredita que o mundo é um castelo encantado
e, criança, vive a rir, batendo de prazer...

Eu tenho um coração - um mísero coitado
que um dia há de por fim, o mundo compreender...
- é um poeta, um sonhador, um pobre esperançado
que habita no meu peito e enche de sons meu ser...

Quando tudo é matéria e é sombra - ele é uma luz
ainda crê na ilusão, no amor, na fantasia
sabe todos de cor os versos que compus...

Deus pôs-me um coração com certeza enganado:
- e é por isso talvez, que ainda faço poesia
lembrando um sonhador do século passado

Ser mãe...

Quando todos te condenem
quando ninguém te escutar,
ela te escuta e perdoa,
pois ser mãe – é perdoar!

Quando todos te abandonem
e ninguém te queira ver,
ela te segue e procura
pois ser mãe – é compreender!

Quando todos te negarem
um pão, um beijo, um olhar,
ela te ampara e acarinha
pois ser mãe – sempre é se dar!

Antes eu conseguia juntar os pedaços
e voltar a ser eu.

Impossivel agora.
Como conseguir reconstruir-me
se me falta você??