Mario Quintana

Mario Quintana

Poeta e tradutor brasileiro
51 - 75 do total de 675 pensamentos de Mario Quintana

Lavoisier

"Nada se perde, tudo muda de dono" - tardia reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira.

Mario Quintana
Da Preguiça como Método de Trabalho, Mario Quintana: Poesia Completa, Editora Nova Aguilar, p. 728
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Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo...

Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.

Mario Quintana

Nota: Versão adaptada de trecho do poema Bilhete.

Se um poeta consegue um dia expressar as suas dores com toda a felicidade como é que poderá ser infeliz?

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...

Mario Quintana

Nota: Autoria não confirmada.

Senhora, eu vos amo tanto
Que até por vosso marido
Me dá um certo quebranto.

Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Só se deve beber por gosto: beber por desgosto é uma cretinice.

Sonhar é acordar-se para dentro.

Mario Quintana
Apontamentos de história sobrenatural. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Nota: Trecho do poema Os parceiros.

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Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo...

Mario Quintana
, Baú dos espantos, Porto Alegre: Editora Globo.1986.p. 596 p. 87.

Nota: Trecho do poema Conversa Fiada, compilado na obra referida de Mário Quintana.

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Três amores... Quem me deu
Tão estranha sorte assim?
Três amores, tenho-os eu
E nenhum me tem a mim!

Tudo o que acontece é natural - inclusive o sobrenatural.

Vale a pena viver - nem que seja para dizer que não vale a pena...

Poeminho do Contra

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

Mario Quintana
, In: Caderno H, Mario Quintana: Poesia Completa, Editora Nova Aguilar, p. 257

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana
, Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 2005. p. 469

DA DISCRIÇÃO

Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...

Mario Quintana
, Espelho mágico. Ed. Globo. 2005

SEMPRE QUE CHOVE

Sempre que chove
Tudo faz tanto tempo...
E qualquer poema que acaso eu escreva
Vem sempre datado de 1779!

Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"

SIMULTANEIDADE

- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.

Mario Quintana
, Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 2005. p. 535
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Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!

Mario Quintana
A revelação. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

PEQUENO ESCLARECIMENTO

Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio..., este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

URBANÍSTICA
Como seriam belas as estátuas equestres se constassem apenas dos cavalos!

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como essas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

Dupla delícia

O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.