Biografia de Cora Coralina

Cora Coralina

Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto (1889 - 1985), foi uma das vozes femininas mais relevantes da literatura nacional.

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Cora Coralina nasceu na cidade de Goiás, no Estado de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889. Começou a escrever poemas e contos aos 14 anos. Cursou apenas até a terceira série do primário.

Em 1910, seu conto "Tragédia na Roça" foi publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", usando o pseudônimo de Cora Coralina.

Em 1911, Cora Coralina fugiu com o advogado divorciado Cantídio Tolentino Bretas, indo morar em Jaboticabal, no interior de São Paulo. Em 1922 foi convidada para participar da Semana de Arte Moderna, mas foi impedida pelo marido.

Em 1934, após a morte do marido, Cora tornou-se doceira para sustentar seus quatro filhos. Viveu por muito tempo de sua produção de doces, se achava mais doceira do que escritora.

Cora considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas que escrevia em folhas de caderno.

Aos 70 anos, Cora Coralina decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e apresentar aos editores. Em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, "Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais".

Em 1970, tomou posse da cadeira n.º 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Em 1976, lançou seu segundo livro "Meu Livro de Cordel". O interesse do grande público só foi despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1980.

Nos últimos anos de sua vida, sua obra foi reconhecida e a escritora foi convidada para participar de conferências e programas de televisão. Cora Coralina foi agraciada com o título de Doutor Honoris Causa da UFG.

Cora Coralina recebeu o "Prêmio Juca Pato" da União Brasileira dos Escritores, como intelectual do ano de 1983, com o livro “Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha”.

Em 1984 foi nomeada para a Academia Goiânia de Letras, ocupando a cadeira n.º 38. Cora Coralina faleceu em Goiânia, Goiás, no dia 10 de abril de 1985. A casa onde morou a poetisa Cora Coralina é hoje o museu da escritora.

Acervo: 66 frases e pensamentos de Cora Coralina.

Frases e Pensamentos de Cora Coralina

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Cora Coralina
Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Exaltação de Aninha (O Professor).

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O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher.

Cora Coralina
Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Meu Melhor Livro de Leitura.

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O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes.

Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.

E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.

Cora Coralina
Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida.